Em entrevista ao
jornal Folha de São Paulo, edição desta quinta-feira (5), o governador do Ceará,
Camilo Santana (PT), não descartou a possibilidade de que policiais militares
em greve seriam responsáveis por parte dos 220 assassinatos com características
de execução sumária ocorridos durante a paralisação da categoria.
"Não admito que venham me chantagear com arma na mão e vestindo balaclava", disparou.
O governador Camilo Santana (PT) criticou duramente o que chamou de "mistura de política com Polícia" (Foto: Reprodução Internet) |
Segundo ele, “a
Inteligência está avaliando”. O governador disse, ainda, que fará
reunião com a cúpula da Segurança Pública para discutir essa suspeita. “Vamos
sentar e avaliar: qual tipo do crime? Qual o perfil da vítima?”
Na entrevista à Folha,
Camilo Santana criticou o que chamou de “mistura de Polícia com
política”. Defendeu uma quarentena para um policial que queira se
candidatar em eleições e seja obrigado a deixar a função, assim como ocorre com
juízes, por exemplo. “Quem são as lideranças do motim?”, perguntou,
e ao mesmo tempo respondeu: “Deputado federal, deputado estadual,
vereadores. O movimento é muito mais político do que salarial”.
Camilo classificou a
greve como, “um motim que é inaceitável e injustificável. Nosso governo
sempre foi do diálogo. Todas as medidas que eu tomei foram discutidas com as
entidades representativas. Fiz a melhor lei das promoções do país, que era uma
reclamação da tropa. Nesses cinco anos, promovi 20 mil homens”.
E continuou: “Fiz
a primeira reestruturação salarial com a média dos salários do Nordeste. Agora,
apresentamos a proposta e chegamos a um acordo. Tem vídeo de lideranças (do
movimento) chorando, comemorando”.
E voltou a bater na
questão política. “Há um fundo muito mais político nesta história do
que salarial, que é partidarização da Polícia, a partir do momento que se
permite que pessoas da Polícia possam entrar em partidos políticos, serem
candidatos e continuarem na Polícia. É um fenômeno que não acontece no
Judiciário, no Ministério Público. Quem quer entrar na política, que deixe a
função.”
E finalizou: “A
Polícia jamais pode deixar a população e o governador reféns. A Constituição
deu a ele (policial) o direito de ter uma arma na mão, mas não para chantagear
os governos e ameaçar as pessoas. É o que aconteceu no Ceará. Não admito que
venham me chantagear com arma na mão e vestindo balaclava”.
Confira matéria na Folha
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