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Preço do feijão deve ter queda

Foto - Natinho Rodrigues
Um dos grandes vilões da inflação no ano passado, o preço dos grãos deve diminuir nos próximos meses com o aumento da produção local em virtude do período chuvoso. Os valores de variedades do feijão, por exemplo, que chegaram a ficar 100% mais caros e a atingir quase R$ 12 o quilo em Fortaleza, em 2016, já caíram para R$ 6 nos últimos meses e devem ceder ainda mais daqui para frente.

Segundo o analista de Mercado da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), Odálio Girão, a diferença nos preços já começou a ser sentida. Ele afirma que os produtores estão animados e que, na próxima semana, já terá colheita de feijão-verde nas regiões de Baturité, Ocara, Parreira e Capistrano. "O feijão ainda está vindo de lugares distantes e em quantidades menores, mas se espera que em dez dias chegue em maior quantidade".

Os valores podem oscilar em março e abril, quando os produtores ainda estão se preparando para o plantio, mas o quadro deverá melhorar em maio e junho, quando chegarão os grãos produzidos durante a quadra chuvosa. "O feijão carioquinha, inclusive, que é a variedade mais consumida no Brasil e no Ceará, deve chegar em quantidade muito maior, o que deve reduzir o preço", aponta o analista.

O milho, por outro lado, ainda não se colocou em quantidade no mercado porque a principal área de produção, no Baixo Jaguaribe, está praticamente parada devido à redução da irrigação. "Algumas empresas deixaram de operar. Mas estamos esperando milho de Guaraciaba, que deve chegar em março", explica, destacando que o milho fornecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve melhorar a situação.

Ele aponta ainda que outras variedades que antes eram muito produzidas no Ceará e se tornaram mais escassas nos últimos anos podem retornar às mesas. "Abóbora, quiabo e maxixe são culturas que eram muito produzidas aqui e que tiveram uma redução muito grande. Elas podem ter uma reação melhor neste ano com as chuvas, mas vai depender muito do acúmulo de água nos poços", acrescenta.

Quanto às hortaliças, o analista afirma que o produtor se preveniu nos últimos anos com mais tecnologia mas, ainda assim, sofreu uma redução forte. "O tomate, por exemplo, passou por um ciclo complicado e está vindo de mais longe", aponta. O que se espera, segundo ele, é uma recuperação gradativa da produção, ainda que lentamente, para atender à demanda que está forte e à procura de maior variedade de produtos.

Demora
O resultado sobre os laticínios, entretanto, não deve ser sentido tão cedo. Segundo Girão, a complicada situação do setor refletiu nos preços do leite e da manteiga. "Sem a pastagem nativa, nosso produtor teve que trazer mais ração, mais milho de fora, que encarecem o preço. Vai demorar para que haja uma redução dos preços, e vai depender do resultado do quadro climático".

Já em relação às frutas, a tendência é de aumento de preço. "O Ceará participava com 52% da produção de frutas e hortaliças e hoje está com 48%. É o médio e pequeno agricultor que está mantendo esse mercado abastecido. Tínhamos uma produção muito forte de limão, melão, melancia. Estamos perdendo esse quadro para outros estados", lamenta o analista. (YP)

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