Uma faixa da Terra de cerca de 200 quilômetros de largura ficará escura em pleno dia nesta segunda-feira (8) e a temperatura cairá. O culpado é um eclipse solar total, que poderá ser observado em pontos de México, Estados Unidos e Canadá. O Brasil, desta vez, está fora do caminho e terá de esperar até 2045 para ver um fenômeno igual a esse.
Observatório Nacional transmite no YouTube evento que escurecerá uma faixa na América do Norte.
O eclipse solar total poderá ser observado em pontos de México, Estados Unidos e Canadá. | Imagem: Shutterstock
Apesar disso, em outubro do ano
passado, brasileiros tiveram a chance de acompanhar um eclipse solar, porém do
tipo anular. O surfista Italo Nogueira, por exemplo, aproveitou a ocasião para
posar diante do disco formado pela Lua para fazer uma referência ao ouro
olímpico conquistado em Tóquio em 2020.
Naquele tipo de eclipse, a Lua
fica entre a Terra e o Sol, mas não chega a bloquear completamente a estrela,
porque ela está mais distante do nosso planeta e, em consequência, menor. Com
isso, forma-se uma espécie de anel contornando o satélite natural. Só em parte
do Norte e do Nordeste o evento pôde ser observado integralmente. Em outro
pontos do país, a visualização era parcial.
Já neste ano, em março, veio
outro eclipse. Esse era lunar penumbral, quando a Terra está posicionada entre
o Sol e a Lua e o satélite entra na penumbra. Mas o fenômeno desse tipo não
chega a provocar grandes mudanças visíveis na Lua, então, a probabilidade de
passar despercebido é enorme.
Quem estava ciente desse último
e o perdeu mesmo assim terá uma nova oportunidade nos dias 17 e 18 de setembro,
quando será visível do país um eclipse lunar parcial, em que uma sombra cobre
parte do satélite.
Agora, um lunar total, em que a
Lua entra na umbra, só poderá ser admirado do território brasileiro em 14 de
março de 2025. O que chama a atenção nesse tipo de eclipse é o fato de o
satélite ganhar um tom alaranjado ou avermelhado e mais avermelhado por ficar conforme a concentração de poeira e
nuvens na atmosfera da Terra, de acordo com a Nasa.
ECLIPSES SOLARES
Voltando aos eclipses solares,
o mais próximo na agenda dos brasileiros é um parcial, no dia 2 de outubro. A
melhor visibilidade será no Sul do país. No caso de São Paulo e Rio de Janeiro,
a chance de acompanhá-lo será menor.
Outro eclipse solar anular,
como o visto no ano passado em parte do país, se repetirá por aqui apenas em fevereiro
de 2027. E, para um eclipse solar total, a espera será ainda maior: outubro de
2045.
Com essa previsão, restará aos
fãs do fenômeno acompanhar de longe o eclipse solar total desta próxima segunda
(8). O Observatório Nacional, por exemplo, transmitirá o evento por meio do seu
canal no YouTube. A Nasa também o fará, mas em inglês. Por fim, o canal de
streaming Disney+ também fará transmissão, a partir de 15h, em um programa
chamado "Eclipse across America" (algo como "O eclipse pela
América", em tradução livre).
Nos Estados Unidos, a faixa de
escuridão gerada pelo eclipse solar total deve passar por uma área ocupada por
31,6 milhões de pessoas, segundo a Nasa. Como comparação, em 2017, um fenômeno
do mesmo tipo atingiu uma faixa, de Oregon até a Carolina do Sul, ocupada por
12 milhões de pessoas.
Durante o evento, pesquisadores
vão aproveitar para conduzir projetos científicos, apoiados pela agência
especial americana. Neles, serão objetos de estudo o Sol e sua influência na
Terra.
Estima-se que a totalidade,
quando o disco da Lua cobre completamente o Sol, dure pouco mais de quatro
minutos no estado mexicano de Durango. Em outras regiões, não deve superar nem
um minuto.
Mesmo curto, a expectativa é
que ocorra grandes atrasos e congestionamentos no país. Empresas planejam
eventos ao vivo, e escolas vão cancelar aulas ou liberar alunos mais cedo.
Companhias aéreas programaram voos para passar sob a faixa escurecida pelo
eclipse.
Uma consultoria no Texas
calculou o impacto econômico direto e indireto do fenômeno em R$ 6 bilhões (R$
30 bilhões).
"Os eclipses têm um poder
especial. Eles fazem as pessoas sentirem uma espécie de reverência pela beleza
do nosso universo", disse recentemente o diretor da agência espacial
americana, Bill Nelson.
Todos esse frenesi talvez se
repita no Brasil, mas só em 2045.
Autor:CLAUDINEI QUEIROZ - ELVIS
PEREIRA/ FOLHAPRESS
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