Com cinco eixos principais de reivindicações, diferentes entidades foram às ruas nesse 7 de setembro, para cobrar por justiça e políticas sociais. A 29ª edição da manifestação “Grito dos Excluídos” ocorreu durante a manhã dessa quinta-feira, 7, e percorreu ruas do bairro Mondubim e Messejana, em Fortaleza. Com o tema "Vida em Primeiro Lugar. Você tem fome de que?”, o movimento é organizado pela Igreja Católica e tem adesão de diversas entidades.
Caminhada do Grito dos Excluídos, no bairro Messejana, em Fortaleza (Foto: Fernanda Barros)
Os eixos discutidos na marcha são políticas públicas; democracia e
soberania; violências estruturais, patriarcado, machismo e racismo; povos
originários; e desigualdade, economia e justiça social.
Na avenida
Jornalista Tomaz Coelho, grupos com bandeiras e blusas de movimentos sociais
iniciaram a marcha em caminhada até a Praça da Matriz do bairro Messejana. Era
possível escutar os primeiros gritos e cânticos pelas ruas do entorno.
Membro da
equipe de metodologia dos Excluídos da Arquidiocese de Fortaleza, Francisco
Vladimir explica que o Grito dos Excluídos tem como finalidade chamar a
sociedade para questões que afetam as comunidades e merecem atenção.
“Nós
queremos trazer para as ruas as reivindicações dos movimentos populares, das
pastorais sociais, dos organismos da igreja católica. O grito é uma expressão
de tudo aquilo que esses organismos já trabalham: pessoas excluídas dos
direitos sociais, da terra, da moradia, do acesso à água, do acesso ao ensino
público”, comenta Francisco Vladimir.
Participaram
da manifestação entidades e movimentos como Movimento de Conselhos Populares
(MCP); Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP); Pastoral da Juventude do Meio
Popular (PJMP); Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Movimento dos
Trabalhadores sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares (CMP), federação
dos Bairros e Favelas, Central Única dos Trabalhadores, entre outros.
Também
esteve presente o Movimento Negro Unificado (MNU). “Estamos aqui para somar ao
Grito dos Excluídos a luta por moradia e dignidade para as famílias carentes da
periferia da nossa cidade, o direito por uma educação de qualidade e ainda o
combate à violência policial”, pontuou Daniela Silva, coordenadora municipal do
MNU e articuladora nacional Coalizão Negra Por Direitos.
A origem do
Grito dos Excluídos
O Grito dos
Excluídos é um movimento que teve início em 1994, como uma resposta à
celebração do Dia da Independência do Brasil, 7 de setembro. Desde então, todos
os anos, grupos e organizações sociais se reúnem em diversas cidades do País
para protestar contra a exclusão social, a desigualdade econômica, a violência,
a discriminação e outras injustiças que persistem na sociedade brasileira.
O desfile de
7 de setembro levou uma multidão à Avenida Beira-Mar. O público aglomerado nas
calçadas disputava um lugar para ver a passagem de diversas instituições, que
participaram das comemorações do Dia da Independência do Brasil. Muitas
famílias, crianças e idosos acompanharam o evento, que começou às 8h30min. De
acordo com informações da 10ª Região Militar, havia mais de oito mil pessoas no
local.
O “sol
quente” característico do horário do desfile não foi um empecilho para que o
público permanecesse até o final, quando o general de Divisão, Cristiano Pinto
Sampaio, fez o tradicional pedido ao governador, Elmano de Freitas, para
encerrar o desfile. O governador respondeu ao comandante militar dando a
permissão e elogiando a beleza do evento.
Um esquema
de trânsito foi montado pela Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) para
garantir que o público tivesse mais segurança para trafegar a pé até a Avenida
Beira-Mar e se acomodar para ver a passagem dos desfiles. A frota de ônibus
também foi reforçada na área.
O Exército
Brasileiro, Marinha, Força Aérea, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de
Bombeiros, Polícia Penal, Serviço de Atendimento Móvel Urgente (Samu), Guarda
Municipal de Fortaleza, Defesa Civil, escolas civis e militares passaram pela
avenida com suas bandas, pelotões em marcha ou frota de veículos.
O verde e
amarelo não esteve tão presente neste ano, apesar de continuar sendo uma marca
do evento cívico-militar. Além de ter menos pessoas vestidas com as cores,
também havia menos gente com bandeiras do Brasil. Também não houve
manifestações político-partidárias durante as comemorações da Independência.
Com
informações portal O Povo +
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