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Há 17 anos, cearense escrevia cordel sobre Maria da Penha: “é nossa contribuição enquanto artista”.

O cantor, compositor, cordelista e educador cearense Tião Simpatia escreveu, há 17 anos, um cordel explicando a Lei Maria da Penha. Segundo ele, a ideia surgiu ao conhecer Paulinha Castro, então assessora de Maria da Penha, a mulher que inspirara a lei. De acordo com Tião, essa foi a forma que ele encontrou para contribuir com o tema, como cidadão e artista. 



Nos versos, o cordelista usa linguagem popular, torcendo a Lei Maria da Penha mais acessível para as pessoas. 

“É a nossa contribuição enquanto artista, cidadão que se incomoda, que não aceita que uma mulher seja violentada, seja maltratada, e que usa a sua voz e sua arte para dar visibilidade a essa causa. Agora mais feliz ainda, porque essa voz que a gente começou lá no início da criação da lei está se multiplicando por outras pessoas, por crianças, por adolescentes decorando cordel, nos mandando vídeos quase que diariamente nas escolas. A gente também vai às escolas e aí forma esse grito coletivo de não violência contra mulher”, disse. 

O cearense disse que o encontro do Maria da Penha fez com que ele passasse a entender o efeito dos hábitos machistas e mudasse a forma de agir, mesmo não tendo sido criado e crescido em ambiente de abusos. 

“Mudei radicalmente no sentido do respeito e de não reproduzir estereótipos. Passei a focar minha criação literária e musical no respeito à mulher e na divulgação da lei. Isso me transformou em um artista melhor, mais consciente, um cidadão melhor, que tenta evoluir todos os dias e influenciar outras pessoas”. 

Repórter Ceará

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