O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (1º), que a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) é um problema da Justiça e que não atingirá seu governo. Foi a primeira manifestação do presidente sobre o seu adversário nas eleições de 2022 desde sua condenação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na última sexta-feira (30).
O presidente Lula disse que a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) é um problema da Justiça e que não atingirá seu governo.
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Presidente disse que Bolsonaro sabia o que tinha feito | Reprodução / Agência Brasil |
"Ele
[Bolsonaro] sabe o que ele fez, se ele acertou será recompensado, se errou, ele
será julgado e será punido de acordo com o erro que ele cometeu. Isso é um
problema da Justiça que não passa, não mexe com a tranquilidade do
governo", disse.
Lula ainda comentou
a semana do Congresso, que deve votar temas importantes para o governo nos
próximos dias, como o arcabouço fiscal, o Carf e possivelmente a reforma
tributária. O presidente disse que os temas que estão no Legislativo serão
votados "de acordo com a vontade" dos parlamentares.
"[Eles] não são obrigados a concordar 100% com o governo, podem propor mudanças, a gente pode aceitar ou não e assim a vida segue, sem nervosismo", completou.
O petista deu
as declarações após visitar o treino da seleção brasileira feminina, que se
prepara para o último amistoso antes da Copa do Mundo, que começa no final de
julho.
O treino foi
no estádio Mané Garrincha. As jogadoras e a treinadora Pia Sundhage aguardaram
Lula perfiladas no gramado.
O presidente
disse que, para que o futebol feminino consiga ser tão popular como o
masculino, assim como aconteceu com o vôlei, é necessário que se faça investimentos
na categoria.
"Sonho
que um dia o futebol feminino possa lotar os estádios como o futebol masculino.
É um trabalho de politização da sociedade, de divulgação, um trabalho de
convencimento", afirmou às jogadoras.
Lula ainda
defendeu que o Brasil seja sede de uma edição da Copa do Mundo feminina e disse
que não há provas de corrupção na construção dos estádios de futebol da Copa de
2014. Para ele, houve um ambiente ruim decorrente dos protestos de rua de junho
de 2013.
"Em 2014 eu fiquei frustrado, porque nós conseguimos trazer a Copa do Mundo aqui para o Brasil e em 2013 foi o inferno nesse país, e a Copa do Mundo foi banalizada. Nem os patrocinadores divulgavam a Copa do Mundo corretamente, foi a Copa do Mundo feita num clima muito negativo", disse Lula.
"Tudo se
dizia que tinha corrupção nos estádios, e não se provou corrupção em nenhum
estádio. Já faz dez anos que houve a Copa do Mundo, e em nenhum estádio foi
provado que teve corrupção. Mas as denúncias aconteceram."
O governo faz
campanha atualmente para receber a Copa feminina de 2027.
Acompanharam
Lula os ministros Ana Moser (Esporte), Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida
Gonçalves (Mulheres), Márcio Macedo (Secretaria Geral) e Paulo Pimenta (Secom),
além da primeira-dama, Janja, e do presidente da CBF (Confederação Brasileira
de Futebol), Ednaldo Rodrigues.
A ministra do
Esporte, Ana Moser, ainda afirmou que o governo sancionará a lei do Bolsa
Atleta para gestantes na próxima semana e defendeu que seja feito ponto
facultativo nos dias de jogo da seleção feminina durante a Copa.
"Quando
tem jogo do masculino [na Copa], não tem folga? Então, vamos tentar fazer isso
aqui", disse, para aplauso das jogadoras.
O presidente
cumprimentou todas as atletas, terminando a saudação pela ex-melhor do mundo,
Marta. Lula e Janja foram presenteados com camisetas da seleção brasileira, uma
verde e amarela e também a preta com o nome de Vini Jr. nas costas.
O uniforme
preto foi confeccionado em uma campanha contra o racismo, criada após o jogador
brasileiro do Real Madrid ter sofrido uma série de ofensas na Espanha.
Autor:João
Gabriel / Folhapress
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