Dez garimpos ilegais destruídos e R$ 4,5 milhões em multas aplicadas. Esse é o saldo de 17 dias de atuação da Força-Tarefa de Segurança Pública Ambiental na Floresta Nacional de Urupadi, localizada em Maués (AM), na região sul do Amazonas, a cerca de 267 quilômetros de Manaus.
O balanço da iniciativa, encerrada no último dia 3, foi divulgado no sábado (10), após 17 dias de operação conjunta da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional.
Foram aplicadas R$ 4,5 milhões em multas | Polícia Federal
Composta por agentes da Polícia Federal
(PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional, além de servidores
da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a força-tarefa deflagrou a chamada
Operação Aurum em 18 de maio. O balanço da iniciativa, encerrada no último dia
3, foi divulgado no sábado (10).
Segundo a PF, foram apreendidas 13
escavadeiras hidráulicas, um trator esteira, seis motocicletas, três
quadriciclos, 61 barracos, 16 motores geradores de energia, 20 motores bombas,
sete dragas, além de nove armas de fogo e outros equipamentos usados no garimpo
ilegal, como embarcações e mercúrio.
Espécies raras
A Floresta Nacional de Urupadi foi criada
em maio de 2016. Na mesma ocasião, o governo federal criou outras quatro
unidades de conservação (UCs) federais (Área de Proteção Ambiental Campos de
Manicoré; Reserva Biológica Manicoré; Parque Nacional do Acari e a Floresta
Nacional do Aripuanã) e ampliou a área da Floresta Nacional Amana.
Na ocasião, o ICMBio sustentou que a
criação das novas unidades de conservação entre as bacias dos rios Madeira e
Tapajós representava “uma nova fronteira de desenvolvimento socioambiental”,
reforçando ações conservacionistas no sul do Amazonas, região que, segundo o
instituto, é de extrema importância ambiental.
Ainda de acordo com o ICMBio, a região
abriga exemplares de pássaros e primatas endêmicos, ou seja, que só são
encontrados naquela área. Só entre os primatas locais, há três espécies
endêmicas (Mico manicorensis, Callibella humilis, Callicebus bernhardi) e nove
consideradas vulneráveis à extinção. Além disso, especialistas estimam que 800
espécies de aves vivam na região, o que equivale à quase metade de todo o
conjunto de aves registradas no Brasil. Além disso, algumas das aves
encontradas na região ainda são pouco conhecidas por cientistas – que também já
apontaram a possibilidade de haver, na região, espécies de peixes ainda não
descritas por especialistas.
Ao criar e ampliar as unidades de
conservação, em maio de 2016, o governo federal assegurou que a medida
permitiria “o incremento da economia local baseado no manejo florestal
sustentável” e que, em parte da área seria possível desenvolver o ecoturismo,
dadas a beleza natural da região. Quanto à Floresta Nacional de Urupadi, o
Instituto Chico Mendes informou que a unidade proporcionaria “maior segurança
para a Estação Ecológica (Esec) Alto Maués, contribuindo para a conservação de
primatas que vivem na área”.
Autor:Agência Brasil
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