O tabagismo é considerado um problema de saúde pública, já que é a principal causa de mortes evitáveis no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é que cerca de 200 mil pessoas morram todo ano por consequência do fumo. Em escala mundial, esse valor salta para 4,9 milhões de pessoas.
Neste Dia Nacional de Combate ao Fumo, médicos alertam para a necessidade de parar de fumar para evitar doenças no futuro. Estima-se que o cigarro seja a principal causa de até 80% dos tipos de câncer no país.
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Estudos mostram que o cigarro possui mais de 4,7 mil substâncias cancerígenas | Divulgação |
Em decorrência desse cenário, hoje, 29 de agosto, é
a data que marca o Dia Nacional de Combate ao Fumo, que visa reforças os
cuidados com a saúde e ações de sensibilização da população para danos sociais,
econômicos e ambientais.
Um dos problemas relacionados ao cigarro está na
quantidade de substâncias tóxicas que o compõe. Na fumaça são encontradas mais
de 4.700 substâncias, incluindo as cancerígenas.
A nicotina é um dos exemplos desse tipo de malefício, já que age como
estimulante do sistema nervoso central, aumenta a pressão sanguínea, assim como
a frequência dos batimentos cardíacos, além de diminuir o apetite.
O alcatrão também é um dos ingredientes presentes
no cigarro e está diretamente ligado a doenças cardiovasculares e cânceres.
De acordo com o oncologista Bruno Melo Fernandes, o
cigarro contém uma grande quantidade de substâncias capazes de causar
alterações nas células do corpo humano, o que aumenta o risco de
desenvolvimento de um câncer.
“O tabagismo é o principal fator para alguns tipos de câncer, como o de
boca, de laringe, de esôfago, de estômago, de bexiga, câncer de base de língua,
chamado de orofaringe, mas, principalmente o câncer de pulmão. Mais de 70% dos
pacientes com câncer de pulmão fumam ou fumaram durante a vida. Isso aumenta
ainda mais, fica em 80%, em caso de câncer de faringe, esôfago e laringe”,
afirma.
VAPE
Atualmente, a tendência de uso dos cigarros
eletrônicos, chamados de vape, pen-drive ou e-cigarros, também tem trazido
preocupações para a saúde. Isso porque os novos dispositivos têm uma variedade
de sabores e aromas que faz os usuários não se considerarem fumantes.
Apesar da aparência inofensiva, esse tipo de
cigarro também apresentam uma séria de substâncias que provocam a dependência,
como a própria nicotina, além de liberarem um vapor altamente cancerígeno.
“Os cigarros eletrônicos incluem um vapor, um gás em alta temperatura
que é altamente cancerígeno. Eles são totalmente inseguros, não recomendados e
também são considerados como tabagismo. Atualmente, uma série de doenças estão
intimamente ligadas ao uso do cigarro eletrônico, eles são tão nocivos quanto
os cigarros comuns. Como é uma tecnologia recente, nós não temos dados de uso a
longo prazo, por exemplo, quais os riscos do consumo desse tipo de cigarro por
20 anos porque eles não existem todo esse tempo. Não há nenhum nível seguro de
uso, mesmo para aquelas pessoas que dizem usar em algumas ocasiões ou não
tragam”, esclarece o médico Bruno Fernandes.
A crença de que não vale a pena parar de fumar é um
mito e a recomendação é que sempre é vantagem deixar o cigarro, independente do
tempo de dependência. Isso porque o corpo se adapta novamente a falta das
substâncias e os riscos de ter doenças diminui com o tempo, segundo o
especialista.
“Sempre é hora de parar. Isso porque quanto mais o
paciente fuma mais as alterações genéticas vão mais se estabelecendo. Se o
paciente que fuma há muito tempo e ainda não desenvolveu a doença, se ele parar
pode ser que ele não tenha. Depois que o paciente para de fumar, o seu risco de
câncer vai lentamente voltando a ser ao de uma população normal, que nunca
fumou.”, orienta Bruno Fernandes, médico oncologista.
Autor: Irlaine Nóbrega/Diário do Pará
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