Primeiro mês da pós-estação chuvosa no Ceará, junho já acumula mais que o dobro do volume de precipitações previsto para o período. Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), até esta sexta-feira, 24, a média pluviométrica do Estado já chegava a 75,8 milímetros (mm), cerca de 102% a mais do que a normal climatológica do mês, que é de 37,5 mm. No mesmo mês do ano passado, o índice observado foi de 16,1 mm.
De acordo com a Funceme, acumulado de precipitações no Estado já atinge 75,8 milímetros, enquanto a normal climatológica do mês é de 37,5 milímetros.
Foto: Fabiane de Paula/SVM |
Com o
acumulado registrado até agora, junho de 2022 se consolida como o mais chuvoso
desde 2004, quando foram registrados 79,4 mm. O recorde de 18 anos atrás, no
entanto, ainda pode ser superado caso mais precipitações sejam registradas nos
últimos dias do mês. Se depender da previsão do tempo, há grandes chances de
que isso aconteça, segundo explica o meteorologista da Funceme, Lucas
Fumagalli.
“Pelo menos
para os próximos dias, há chances de mais chuvas pontuais no Estado por causa
da formação de áreas de instabilidade, predominantes desde o começo do mês”,
ressalta. Aliado a isso, acrescenta Fumagalli, as chuvas também são
influenciadas por condições meteorológicas locais, a depender da região. No
Cariri, por exemplo, o cenário é favorável para novas precipitações devido à
atuação de frentes frias que estão concentradas no litoral leste do Nordeste.
Em relação à
distribuição espacial das chuvas, o cenário é de equilíbrio. Em todas as oito
macrorregiões, o volume registrado até agora está dentro ou acima da média
esperada para o mês. O maior acumulado, até aqui, pertence ao Litoral de
Fortaleza (136,7 mm), seguido do Maciço de Baturité (91,7 mm) e do Cariri (73,3
mm).
Mesmo com os
acumulados expressivos já registrados, junho não fugiu do padrão meteorológico
que predomina nesta época do ano no Ceará. “Não dá para dizer que é um mês
anormal, essa oscilação [de chuvas] tanto para cima quanto para baixo, a cada
ano faz, parte da variabilidade do nosso clima”, explica o especialista da
Funceme.
A partir de
julho, ele diz, a tendência é que as chuvas fiquem cada vez mais escassas.
“Sempre no segundo semestre a redução é muito forte se comparado com a estação
chuvosa”. Se por um lado as precipitações podem diminuir, por outro as
temperaturas tendem a ficar mais agradáveis ao longo do próximo mês,
principalmente nas regiões de maior altitude.
“Aqui no
Litoral de Fortaleza a gente vai sentir muito pouco essa diminuição [da temperatura],
porque estamos próximos da Linha do Equador, mas em algumas regiões mais altas,
como em áreas de serra e chapadas, essa queda será bem mais expressiva”,
detalha o especialista, mencionando a Chapada do Araripe e as serras da
Ibiapaba e de Baturité como as localidades que devem registrar as menores
temperaturas.
Mesmo antes
da chegada de julho, alguns municípios cearenses já observam quedas
significativas nos termômetros. Nesta sexta-feira, 24, segundo a Funceme, duas
cidades registraram mínimas abaixo de 20°C, caso de Guaramiranga (19,8°C), no
Maciço de Baturité, e de São Benedito (16,8°C), na Serra da Ibiapaba.
O Povo
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