O Brasil registrou 63 mortes e 24.082 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), na última segunda-feira (30).
Enquanto o Brasil ultrapassou a marca oficial de mais de 666 mil pessoas mortas pela Covid-19, o país parece estar entrando em uma nova onda de contaminações.
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De acordo com o levantamento, a média móvel de
casos em sete dias está 24.809: o maior número em quase dois meses. Em 31 de
março, o indicador estava 25.745. Já a média móvel de mortes marca 121 nesta
segunda. No dia 31 de março, porém, a média móvel estava em 207.
A média móvel considera a variação de contaminações
e de mortes registradas nos últimos sete dias, além de permitirem o
acompanhamento dos indicadores da pandemia sem eventuais distorções causadas
por possível subnotificação aos fins de semana.
Com a atualização, o país tem um total de
30.977.661 casos e 666.516 vítimas da doença desde o início da pandemia, em
março de 2020.
EXPLOSÃO DE CASOS
O crescimento de diagnósticos de Covid-19 nas duas últimas semanas
indica o início de uma quarta onda da doença no Brasil, afirmam os
especialistas.
Três fatores explicam porque os casos estão
aumentando: 1) a flexibilização das medidas de proteção, que geraram maiores
oportunidades de contágio; 2) a variação nas temperaturas, que favorece a
transmissão de doenças respiratórias e 3) a entrada de variantes mais
transmissíveis no país, que escapam da proteção conferida pelas vacinas.
“Era uma realidade que já esperávamos para o inverno. A coisa mais
importante para se proteger é se vacinar, caso a pessoa não tenha tomado todas
as vacinas ofertadas contra a Covid”, afirma o infectologista Julio Croda,
pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O especialista afirma que a nova onda terá
características bem diferentes das anteriores, que levaram à sobrecarga do
sistema de saúde e provocaram milhares de mortes. “O impacto será bem menor,
pois o esquema vacinal completo confere proteção contra os casos mais graves”,
afirma Croda. Ele recomenda que os grupos mais vulneráveis – idosos e pessoas
imunocomprometidas – mantenham o uso de máscaras.
A epidemiologista Lígia Keer, vice-presidente da
Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), acredita que o crescimento
da positividade para Covid nos exames já permite que se fale em uma quarta
onda. “Os diagnósticos estão crescendo entre pessoas de 18 a 40 anos,
justamente uma faixa etária em que falta concluir o reforço vacinal“, afirma.
VÍRUS
Com cerca de 50 mutações e presente em mais de 140 países, a Ômicron é
considerada a variante mais infecciosa e tem sido a responsável pela terceira
onda da Covid no mundo. Dor abdominal, diarreia, náusea ou vômito são
outros sintomas que podem surgir. Apesar de menos comuns na Ômicron, esses
sintomas podem aparecer quando acompanhados por outros sinais da infecção
viral, como complicações gastrointestinais, dor de garganta ou perda de paladar
e olfato
Em relação à virulência da cepa, os dados são
limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo.
Contudo, ainda que menos grave, o fato de a variante se espalhar mais rápido
tem sobrecarregado os sistemas de saúde.
A médica também é enfática ao recomendar a
imunização e sugere que as pessoas voltem a usar máscaras de boa qualidade. “No
transporte público, em ambientes de pouca circulação de ar ou em locais de
aglomeração, é importante voltar a usar máscaras para diminuir o risco de
transmissão”, sugere Keer, lembrando que qualquer máscara é melhor que nenhuma,
mas que PFF2, também chamada de N95, é a melhor.
A especialista destaca ainda a importância da testagem para que os
governos locais consigam tomar decisões que protejam a população. “O autoteste
tem a vantagem de permitir que as pessoas se isolem rapidamente em caso
positivo. No entanto, essa informação precisa chegar para as autoridades de
saúde, caso contrário, não será possível monitorar a pandemia”, afirma Lígia
Keer.
Com informações dos portais Metrópoles e CNN Brasil
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