O câncer mais diagnosticado do mundo é o câncer de mama, o subtipo triplo negativo representa entre 15% e 20% dos casos e responsável por 25% das mortes. A sobrevivida é muito baixa após recorrência metastática, ou seja, mais de 30%.
Ciência avança e há uma nova perspectiva para guiar tratamentos futuros para esse subtipo de câncer de mama.
Esse tumor é caracterizado pela ausência na membrana de célula tumoral de receptores de estrogênio de progesterona e de fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2) | Reprodução: Forbes |
Esse tumor é caracterizado pela ausência na
membrana de célula tumoral de receptores de estrogênio de progesterona e de
fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2), proteínas que classificam os
outros subtipos de câncer de mama. Essa identificação é fundamental para
definir o tratamento que é mais limitado em casos de câncer de mama triplo
negativo.
Cientistas descobrem moléculas com potencial para tumores de mama triplo
negativo, subtipo de câncer de mama mais agressivo, com prognóstico menos
promissor e com poucas terapias eficazes.
O estudo que contou com pesquisadores do Brasil,
Canadá, estados Unidos e China foi publicado nesta segunda-feira
(16), na revista Nature Chemical Biology com o apoio da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
E, através de experimentos de laboratório e análise
de bioinformática, os pesquisadores constataram que a molécula denominada MS023
induz à autodestruição da célula tumoral na medida em que aciona um dos
sistemas celulares de defesa, o sistema interferon.
Essa molécula abriu uma nova perspectiva para guiar
tratamentos futuros para esse subtipo de câncer de mama.
“Conhecer as etapas que estão sendo afetadas nas células durante
o câncer é fundamental para que tanto a comunidade científica como as
empresas farmacêuticas consigam acelerar as estratégias para o desenvolvimento
de novos medicamentos”, afirma Katlin Massirer, pesquisadora do Centro de
Química Medicinal (CQMED) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma
das autoras do artigo.
Pesquisadores caracterizam a proteína
metiltransferase 1 (PRMT1) como um bom alvo terapêutico que após encontrar uma
molécula antitumoral, aceleram seu modo de ação.
“Em pessoas saudáveis, a PRMT1 faz com que trechos
de DNA sejam lidos ou sejam protegidos de acordo com as necessidades do corpo,
em sintonia para a produção de proteínas importantes nas células”, explica
Katlin, que começou a estudar o tema há 25 anos.
“Entretanto, na presença da MS023, a leitura de
algumas regiões do genoma ativa o sistema interferon em decorrência
da diminuição de PRMT1. A ativação dessa defesa pode levar a célula doente à autodestruição”,
conta Felipe Ciamponi, bolsista de mestrado da Fapesp e coautor do artigo.
O grupo brasileiro
atuou nas análises de bioinformática que ajudam a identificar regiões de
genoma, que foi afetada durante o tratamento com a molécula, mecanismo pouco
conhecido nd câncer.
“Há centenas de
milhares de eventos acontecendo simultaneamente em uma célula e encontrar os
efeitos do inibidor químico é um desafio”, relata Ciamponi. Eles se debruçaram
sobre 560 eventos celulares de leitura de RNA que envolviam o mecanismo de
inibição do tumor e foi possível observar a relação com o sistema geral de
defesa, o sistema interferon.
Com informações da CNN BRASI
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