Deliberação foi aprovada por ampla maioria da categoria, nas assembleias que foram realizadas em todo Brasil pelos Sindipetros filiados à FUP.
FUP – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados vão encerrar o ano de 2021 em estado de greve nacional, num protesto contra as ameaças que o Governo Federal vem fazendo sobre um possível plano de privatização da Petrobrás. A deliberação foi aprovada pela ampla maioria da categoria petroleira, nas assembleias realizadas até essa quarta-feira (22), em todo o Brasil.
“Isso significa que,
caso o presidente Jair Bolsonaro tenha a audácia de apresentar no Congresso
Nacional o projeto de lei que prevê a venda da estatal, a realização de uma das
mais fortes greves da história do setor já está sinalizada pelo setor”, garante
o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar,
que prevê um movimento bem parecido com as duas maiores greves dos
trabalhadores, em 1995 e 2020.
Bacelar garante que a
FUP e seus sindicatos jamais vão aceitar calados o projeto de privatização. “A
Petrobrás está sendo esquartejada e, enquanto isso, o povo ainda paga preços
exorbitantes pelos combustíveis”, afirma Bacelar.
O dirigente lembra que,
no último dia 30, a Petrobrás concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves
(RLAM), na Bahia, para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, “valor cerca de
50% inferior em comparação com os cálculos estimados pelo estudo do pelo
Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(Ineep)”. Também em 2021 foram assinados os contratos para venda da Refinaria
Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto
(SIX), no Paraná. “Vamos responder à altura e faremos de tudo para proteger os
ativos que ainda pertencem à estatal”, comenta o coordenador da FUP.
De acordo com
levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), de março de 2015 até novembro de 2021, a Petrobrás se
desfez de 78 ativos, sendo 70 no Brasil e oito no exterior. Desse montante, 76%
foram vendidos durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, com o total de
R$ 152 bilhões. Alguns desses ativos tiveram o processo de venda iniciado no
governo anterior (Michel Temer). “Ainda assim, essas vendas refletem a
disposição do atual governo de destruir a Petrobrás, patrimônio dos
brasileiros, a preço de banana”, lamenta Bacelar. Nos governos dos
ex-presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff, foram comprados da estatal,
respectivamente, 15 ativos, por R$ 100 bilhões, e quatro, por R$ 9 bilhões.
0 Comentários