O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
preso em Curitiba desde abril do ano passado, assistiu a posse do presidente
Jair Bolsonaro pela televisão de sua cela no prédio da Polícia Federal. Sem
acesso a visitas devido ao feriado, o petista passou o dia praticamente
sozinho. A exceção foram as breves conversas que teve com os agentes que o
monitoram.
Nesta
quarta-feira, Lula recebeu advogados de Curitiba e o deputado não reeleito
Wadih Damous (PT-RJ), que também integra sua banca de defesa. Na conversa,
criticou o discurso de Bolsonaro e disse que o PT precisa explicar ao povo o
que é soberania nacional e adotar o tema como sua bandeira na oposição.
—
Perguntei a Lula o que achou do discurso de Bolsonaro. Ele disse que era
"vazio de conteúdo", sem falar de políticas econômicas, sociais,
nada. A avaliação dele foi a mesma que a nossa, de que Bolsonaro falou para sua
plateia com essa coisa de livrar o Brasil do socialismo. Sabemos que não é isso
que está em jogo hoje.
O
ex-presidente tem dito a correligionários, entre eles Damous, que o discurso do
capitão reformado recoloca o PT no jogo político, já que grande parte das
bandeiras defendidas pelo presidente têm potencial para serem atacadas pela
sigla. No entanto, defende que antes de atuar é preciso ver "quais serão
as primeiras jogadas do adversário".
Ele também
defende que o PT explique ao povo o que é soberania nacional e que se coloque
como defensor dessa bandeira. A ideia é que a sigla use o tema para se
contrapor ao governo Bolsonaro apontando iniciativas adotadas pelo novo
presidente que ferem a soberania do Brasil tanto em relação a pautas econômicas
quanto no trato com países estrangeiros.
No dia 14,
lideranças do PT se reunirão para debater a atual conjuntura e definir como se
posicionarão na oposição. A primeira medida foi a ausência de integrantes da
sigla na posse do dia 1o. de janeiro.
Fonte: O
Globo
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