"Para o turismo da cidade, isso vai ser muito bom. Se houver um trabalho de divulgação bem feito, nós podemos atrair para Fortaleza um turismo muito regional e rodoviário, de cidades como Natal, Teresina, São Luís, João Pessoa e Recife. Isso vai dar um bom incremento na ocupação dos hotéis", projeta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (Abih-CE), Eliseu Barros.
Já para o varejo, os dias de folga representam prejuízos. Os feriados nacionais deste ano deverão fazer com que o setor deixe de ganhar cerca de R$ 10,5 bilhões em todo o Brasil, de acordo com levantamento divulgado ontem (2) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). O número é 2% maior que as perdas estimadas para 2016.
A diretora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante, endossa a opinião da entidade paulista. "Para os serviços, as vendas melhoram, com o aquecimento da atividade de hotéis, restaurantes e barracas de praia. Para as lojas (do varejo), os feriados afugentam as pessoas" , explica. "O feriado no meio da semana ele não atrapalha tanto, mas atrapalha, porque a quantidade de pessoas circulando é menor", acrescenta.
SegmentosSomente o setor de vestuário, tecidos e calçados deve deixar de ganhar cerca de R$ 1,1 bilhão com os feriados e "imprensados" de 2017, crescimento de 23% em relação ao passado 2016.
As outras atividades, em que estão incluídos segmentos como comércio de combustíveis, deve registrar queda de R$ 3,9 bilhões neste ano, 8% a menos que no ano passado e o único com variação negativa.
Já os setores ligados aos bens essenciais devem participar com pouco menos que 45% do total da perda neste ano. Segundo a Federação, o segmento de supermercados deve registrar prejuízos perto dos R$ 3 bilhões, 2% acima do estimado para 2016, enquanto o de farmácias e perfumarias tende a registrar perda de R$ 1,6 bilhão, 7% maior.
"Após dois anos de forte recessão econômica - com retrações de 3,8% em 2015 e de 3,5% em 2016 (estimada)- o número excessivo de feriados e suas 'pontes' (dias 'imprensados') deveria ser revisto, a fim de contribuir no aumento da produtividade da economia", argumenta a entidade, em nota.
'Excesso de proteção'De acordo com a Fecomércio-SP, os custos adicionais podem inviabilizar a opção de os estabelecimentos abrirem nos feriados, pois o comércio aumenta seus custos em 100% para operar nesses dias.
A federação paulista defende que, "em nome da modernização das relações trabalhistas, seria oportuno que essa questão fosse debatida, pois o excesso de proteção por meio dessa elevação de custos acaba prejudicando as empresas".
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