Circula pelas redes sociais que nenhum helicóptero enviado pelo governo federal ao Rio Grande do Sul foi usado para resgates até o momento. Segundo post publicado no X (antigo Twitter), aeronaves do empresário bolsonarista Luciano Hang teriam chegado voando ao estado, assim como outros helicópteros que estão atuando no resgate aos atingidos pelas cheias. Já os que foram enviados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não prestaram apoio porque, supostamente, não tinham “teto para voar”. É falso.
Informações falsas circulam por redes sociais e tumultuam o trabalho das forças de mobilização.
Por WhatsApp, leitores da Lupa
sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de
verificação:
“Helicópteros do empresário
Luciano Hang (da Havan) chegaram voando e seguem voando em resgate.
Helicópteros civis seguem
auxiliando em resgate.
Mas até agora ZERO helicópteros
do Governo Federal auxiliaram no resgate porque, segundo Lula, ‘não tem teto’
para voar.”
(Legenda de vídeo publicado no X
´(antigo Twitter) que, até as 18h20 no dia 4 de maio de 2024, tinha 1,5 milhão
de visualizações)
FALSO
Helicópteros enviados pelo
governo federal, por meio das Forças Armadas, já realizaram uma série de
resgates nas áreas mais atingidas pelas cheias no Rio Grande do Sul.
Diferentemente do que sugere a publicação, até 4 de maio foram feitos 402
salvamentos aéreos com auxílio das aeronaves.
Em 30 de abril, o governo iniciou
uma operação chamada Taquari 2, liderada pelas Forças Armadas. Segundo balanço
divulgado na tarde de 4 de maio, a ação envolve 29 helicópteros, quatro
aeronaves, 866 viaturas, 182 embarcações e um efetivo de 900 pessoas do
Exército, Marinha, Aeronáutica e agências parceiras.
Alguns dos salvamentos são
documentados nas contas oficiais do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB)
no Instagram. Em 3 de maio, por exemplo, um bebê foi resgatado com apoio de um
helicóptero do Exército. A família de quatro adultos e a criança estava ilhada
em casa no município de Lajeado, um dos mais afetados. Para socorrê-los, foi
preciso usar tijolos para quebrar parte das telhas.
Vale pontuar que resgates aéreos
podem ser dificultados em razão de tempestades. Em 2 de maio, por exemplo,
aeronaves enviadas por São Paulo e por Santa Catarina não conseguiram entrar no
espaço aéreo gaúcho em razão da chuva. Quando as condições meteorológicas são
mais favoráveis, militares da FAB operam também durante a noite usando óculos
de visão noturna para aumentar a segurança de voo.
(Foto: Agência Lupa)
0 Comentários