Os deputados estaduais e federais dissidentes do PDT não tem pressa para definir filiação a um novo partido, mas os prefeitos e pré-candidatos às eleições municipais de 2024, embora possam se abrigar em uma nova legenda até seis meses antes do primeiro turno (6 de outubro), dão sinais de inquietação com a demora para encontrar um caminho partidário mais seguro.
A
filiação partidária é uma exigência da legislação para quem quer concorrer a um
mandato no Legislativo ou Executivo. A lei estabelece o prazo de seis meses
antes da eleição como data-limite para essa decisão.
Nenhum
dos 9 deputados estaduais e quatro deputados federais que pediram para sair do
PDT irá disputar a eleição de 2024, daí a despreocupação, nesse momento, sobre a
definição do novo rumo partidário.
Há,
porém, preocupação sobre o destino dos aliados – prefeitos e pré-candidatos a
prefeito. Essa inquietação chegou para alguns dos 43 prefeitos dissidentes do
PDT e cinco se anteciparam para oficializar ingresso no PT.
NOVO PT
Os
prefeitos de Uruoca (Kenndy Aquino), de Granja (Aníbal Filho), de Chaval
(Sebastião Sotero) e de Barbalha (Dr. Guilherme) e a prefeita de Icó, Laís
Nunes, não quiseram esperar a orientação do senador Cid Gomes, que comanda a
dissidência no PDT, e entrarão 2024 com uma definição importante que os coloca
bem próximos ao Palácio da Abolição.
Cid,
ao se reunir, nessa segunda-feira (18), em Fortaleza, com deputados estaduais e
federais e prefeitos dissidentes do PDT, fez um relato sobre as conversas para
filiação a um novo partido e, nesse cenário, surgem como alternativas o PSB e o
Podemos. As dificuldades locais, estaduais e nacionais geram incerteza sobre a
melhor e mais segura opção em termos de futuro partidário. Uma nova reunião
sobre o futuro do grupo ficou para o dia 18 de janeiro.
PSB X PDT
O
PSB é o melhor abrigo, o partido tem o comando do ex-deputado estadual Eudoro
Santana, é sintonizado com o Governo Elmano de Freitas, mas um acordo prévio
dos socialistas com o PDT deixa dúvidas e incerteza para atuais e
ex-pedetistas.
As
lideranças nacionais do PDT e PSB falam em uma relação de reciprocidade entre
as duas legendas na disputa pelas Prefeituras de Recife e Fortaleza.
Em
Recife, o PDT dá sustentação ao projeto administrativo e de reeleição do
prefeito João Campos (PSB) e, como contrapartida para sustentar esse apoio, o
PDT quer o PSB no palanque do prefeito de Fortaleza, José Sarto.
Essa
reciprocidade seria parte, também, dos entendimentos para a construção de uma
federação entre as duas legendas para as eleições de 2026. Está, nesse
contratempo, a dúvida para os dissidentes do PDT desembarcarem no PSB.
Quanto
ao Podemos, a opção é bem segura, mas o grupo liderado pelo senador Cid
gostaria de se filiar a um partido com maior estrutura nacional e estadual.
O
Podemos tem pouca representação na Câmara e, além desse aspecto, não dispõe de
fundo eleitoral para ajudar os candidatos às eleições de 2026, especialmente,
os que irão concorrer à reeleição.
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