Duas novas fases da Operação Gênesis, deflagradas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), nesta quinta-feira (2), desarticularam uma quadrilha formada por 17 policiais militares e por traficantes, que cometiam diversos crimes no Estado, como extorsão, roubo e tráfico de drogas.
Organização criminosa é suspeita de crimes como extorsão, roubo e tráfico de drogas.
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Legenda: Promotores de Justiça e policiais cumprem 5 mandados de prisão preventiva e 31 mandados de busca e apreensão-Foto: Divulgação/ MPCE |
Promotores de Justiça e
policiais cumprem 5 mandados de prisão preventiva e 31 mandados de busca e apreensão
em Fortaleza, Caucaia, Pacatuba e Maranguape.
As investigações do Grupo de
Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, e da
Coordenadoria de Inteligência (Coin) da SSPDS identificaram "a existência
de uma organização criminosa encabeçada por um policial militar, a qual era
formada, eminentemente, por policiais militares e por pequenos e médios
traficantes locais", segundo o Ministério Público.
O grupo era responsável pela
prática de uma série de graves infrações penais, dentre elas: extorsão, roubo,
tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico, organização criminosa,
corrupção passiva e comércio irregular de armas e munições."
MINISTÉRIO PÚBLICO DO CEARÁ
Em publicação
De acordo com o MPCE, a célula
policial da organização criminosa era formada por 17 PMs, especializada em
prestar apoio aos criminosos associados.
"O intuito era neutralizar
a concorrência no comércio de entorpecentes nas áreas de atuação. Eles se
aproveitavam da condição de agentes da lei para cobrar propinas, obter
informações privilegiadas acerca de infratores rivais do grupo e, até mesmo,
revender os materiais apreendidos, o que lhes rendiam vantagens
financeiras", completa.
Os mandados judiciais foram
expedidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas e pela Vara da
Auditoria Militar do Estado do Ceará e cumpridos com apoio do Departamento
Técnico Operacional (DTO), da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) e da Assessoria de
Inteligência da Policial Militar (Asint) e do Comando Geral da Polícia Militar
do Ceará (PMCE).
OUTRAS FASES DA OPERAÇÃO GÊNESIS
O Ministério Público do Ceará
detalha que a Operação Gênesis teve início no final do ano de 2016, "com o
objetivo de desvendar as ações delituosas de grupos ligados a organizações
criminosas, responsáveis pelo tráfico de drogas e armas, assaltos e homicídios
na capital cearense e Região Metropolitana de Fortaleza. Durante a
investigação, foi possível identificar o envolvimento de traficantes com
policiais, que se estruturaram de forma organizada para realizar vários
crimes".
A organização criminosa era integrada,
em sua maioria, por agentes e ex-agentes de segurança pública do Estado, além
de pequenos e médios traficantes locais. Juntos, eles praticaram uma série de
infrações penais, notadamente os crimes de extorsão, organização criminosa,
comércio ilegal de arma de fogo e outras condutas correlatas.
Segundo o MPCE, os alvos dos
policiais eram cuidadosamente escolhidos entre traficantes com considerável
poder aquisitivo ou que já tinham alguma passagem pela Polícia, o que
facilitava as exigências, as abordagens e o alcance das vantagens almejadas
pelo grupo. Os agentes públicos tinham acesso ao sistema de informações da
Polícia para selecionar as “vítimas” e planejar as ações.
Ao total, já foram expedidos
pela Justiça Estadual 104 mandados de prisão preventiva, assim como 137
mandados de busca e apreensão nas dez fases da Operação Gênesis.
Relembre as outras fases
• Primeira fase (setembro de 2020): foram cumpridos 17 mandados
de prisão e de busca e apreensão em Fortaleza e em Maracanaú. Do total de
alvos, nove eram policiais militares da ativa, três eram policiais civis da
ativa e cinco eram civis (sendo quatro homens suspeitos de atuarem como
traficantes e um policial civil aposentado, apontado como o líder da
organização criminosa). Leia mais.
• Segunda fase (outubro de 2020): foram cumpridos 16 mandados de
prisão e de busca e apreensão em Fortaleza e em Caucaia. Entre os alvos estavam
três policiais militares e três policiais civis da ativa, nove suspeitos de
tráfico de drogas e um ex-policial militar. Leia mais.
• Terceira fase (maio de 2021): foram cumpridos 26 mandados de
prisão preventiva e de busca e apreensão, sendo 21 contra integrantes de
organizações criminosas (oito já recolhidos ao sistema penitenciário estadual)
e cinco contra policiais militares do Ceará em Fortaleza e em Caucaia. Leia
mais.
• Quarta fase (julho de 2021): foram cumpridos 12 mandados de
prisão preventiva e busca e apreensão, dentre eles sete mandados de condução
coercitiva contra policiais militares e um mandado de prisão contra um militar
apontado como líder do grupo, além de medidas cautelares restritivas em
desfavor de todos dos suspeitos. Leia mais.
• Quinta fase (setembro de 2021): foram cumpridos 5 mandados de
prisão e de busca e apreensão expedidos pela Vara de Delitos de Organizações
Criminosas em Fortaleza e Pacatuba. Ainda houve o cumprimento de mandados em
três unidades prisionais do Estado. Na ocasião, foi desarticulada uma
organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas ilícitas, receptação e
desmanche de veículos roubados. Leia mais.
• Sexta fase (fevereiro de 2022): foram cumpridos 6 mandados de
prisão preventiva e 9 mandados de busca e apreensão, todos na cidade de
Fortaleza, havendo ainda o cumprimento dos mandados em duas unidades prisionais
do Estado do Ceará. Nessa fase da operação foi desarticulada uma organização
criminosa conhecida nacionalmente, com atuação preponderante no bairro
Jangurussu, na capital, e que se dedicava ao tráfico ilícito de drogas. Leia
mais.
• Sétima fase (abril de 2022): foram cumpridos 11 mandados de
prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão na Capital, na Região
Metropolitana de Fortaleza e no interior do Estado. Na ocasião, foi
desarticulado um núcleo que integrava uma facção criminosa com envolvimento em
tráfico de drogas ilícitas, comercialização ilegal de arma de fogo, dentre
outros crimes, com atuação preponderante na região dos bairros Serrinha e
Itaoca, em Fortaleza.
• Oitava fase (julho de 2022): 6 mandados de prisão preventiva
foram cumpridos, sendo 3 contra policiais militares e 3 contra traficantes que
atuavam como "informantes" da organização criminosa. Outros 3 PMs são
investigados por integrar a quadrilha, mas a Justiça Estadual negou os mandados
de prisão contra eles.
Com informações: Diário do
Nordeste.
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