Deputados americanos acionaram a Casa Branca para revogar o visto diplomático do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL), que está nos EUA desde o fim do ano passado, e pediram que o Departamento de Justiça responsabilize "quaisquer atores baseados na Flórida que possam ter financiado ou apoiado os crimes violentos de 8 de janeiro", quando golpistas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Em carta enviada ao presidente Joe Biden, parlamentares pedem que o Departamento de Justiça e o FBI investiguem e punam quaisquer pessoas envolvidas nos atentados do dia 08/01.
Parlamentares norte-americanos também pediram a revogação do visto diplomático do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está nos EUA desde o final de 2022. | (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Os deputados
pedem ainda que o FBI, a Polícia federal americana, "investigue quaisquer
ações que tenham sido tomadas em solo dos Estados Unidos para organizar esse
ataque ao governo brasileiro". A carta dos congressistas americanos foi
enviada na quarta-feira (11) ao presidente Joe Biden.
Na segunda-feira (9), o
porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, indicou que Bolsonaro não pode
permanecer nos EUA com o visto de chefe de Estado que usou para entrar no país.
Se não procurar o governo americano até o final de janeiro para mudar a
categoria do visto que o autoriza a permanecer em solo americano -como um de
turista-, ele ficará em situação irregular e pode até ser deportado.
Também na
quarta, um grupo de 32 legisladores democratas dos EUA e 38 brasileiros de diversos
partidos divulgou uma declaração conjunta acusando o ex-presidente Donald Trump
e seus ex-assessores Steve Bannon e Jason Miller de "encorajarem [o
ex-presidente Jair] Bolsonaro a contestar os resultados das eleições no
Brasil" e pedindo responsabilização pelos ataques à democracia.
Os legisladores apontam
semelhanças entre os ataques ao Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro de
2021, e os ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Palácio do
Planalto, em Brasília, no último domingo (8). No texto, afirmam que
"agitadores de extrema direita no Brasil e nos Estados Unidos" estão
coordenando esforços para ameaçar a democracia.
A declaração
aumenta a pressão sobre o democrata, em meio às discussões nos EUA sobre o
status de Bolsonaro no país -ele está na Flórida desde o dia 30 de dezembro.
Congressistas democratas querem que a Casa Branca deporte Bolsonaro. Joaquín
Castro, que representa a minoria democrata no Comitê de Hemisfério Ocidental,
disse à CNN americana que "os EUA não deveriam ser um refúgio para o
autoritário que inspirou terrorismo doméstico no Brasil". Alexandria
Ocasio-Cortez, conhecida como AOC, parte da ala mais à esquerda dos democratas,
postou no Twitter: "Os EUA precisam deixar de dar guarida a
Bolsonaro"
Autor:Thiago Amâncio/Folhapress
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