Uma doença silenciosa e que acomete uma a cada três mulheres e um a cada cinco homens, a osteoporose é subestimada pela população em geral. A proporção é muito grande de pessoas que desenvolverão a doença no futuro. Isso faz com que a gente queira ter uma atenção maior para isso, lembra a médica geriatra Isabela Cruz, do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica.
Especialista alerta que a doença é subestimada pela população.
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Entre os fatores de risco para a doença está o próprio envelhecimento. | ( Divulgação ) |
Uma fratura de quadril, lembra, gera dores crônicas, menor mobilidade,
tempo de internação prolongado, gastos com cirurgia, tempo sem produtividade.
Então, a pessoa com osteoporose, sofrendo uma fratura, tem um prejuízo
individual, social e econômico muito grande. Então, todos deveriam estar
preocupados com a prevenção. Fraturas de quadril possuem taxa de mortalidade de
12 a 20% nos 2 anos subsequentes à fratura, sendo mais alto que alguns tipos de
câncer.
A geriatra revela que a osteoporose é a principal
causa de fraturas na população acima dos 50 anos – o índice é maior em
mulheres. Naquelas que estão acima dos 45 anos, a osteoporose é responsável por
mais dias de internação do que qualquer outra doença como o infarto do
miocárdio e câncer de mama. Estamos falando de um problema silencioso, fatal,
deletério e que causa prejuízos que a gente não consegue mensurar, mas
principalmente, na independência das pessoas com a dificuldade de mobilidade e
de cumprimento das tarefas cotidianas.
Entre os fatores de risco para a doença está o próprio envelhecimento,
que causa uma perda de massa óssea naturalmente. A osteoporose pode surgir com
uso de corticoides sem indicação e acompanhamento médico; em pessoas que estão
em tratamento contra alguns tipos de câncer, como o de mama e de próstata;
pessoas que tenham diabetes, doenças da tireoide, doenças gástricas, pessoas
que estão abaixo do peso, com baixa massa muscular; em pessoas que não tomam
sol suficiente. São fatores de risco também beber muito álcool, o tabagismo,
fazer pouca atividade física e possuir histórico familiar de osteoporose e de
fraturas.
Entre os fatores que a gente pode modificar está a
prática da atividade física, que tem de ser rigorosa e parar com o consumo de
álcool e tabaco, afirma a médica do Hapvida NDI. A geriatra Isabela Cruz afirma
que é importante que todo mundo precise ir a um bom especialista para avaliar a
perda da massa óssea. É preciso identificar se a perda óssea é primária, se a
perda está associada à menopausa e ao envelhecimento ou se existem outras
doenças específicas ou o uso de medicamentos que possam estar causando este
efeito no tecido ósseo.
DÚVIDAS
Depois de diagnosticada a doença, o paciente deve esclarecer todas as
dúvidas com sua médica ou médico e rever dentro de sua rotina aquilo que está
aumentando seu risco de desenvolver a osteoporose. Além dos medicamentos que
vão melhorar a qualidade dos ossos, o tratamento é feito a partir da mudança de
alguns hábitos de vida, inclusive nutricional, com ingestão de leite e derivados,
suplementação de cálcio e de vitamina D.
Existem medicações que podem ser usadas para
osteoporoses menos graves e as mais potentes para as mais graves, que são
aquelas que a densitometria tem alteração muito grande e que já ocorreu alguma
fratura.
Isabela Cruz explica que é preciso classificar a
gravidade da doença para estabelecer o tratamento adequado. O cálcio e a
vitamina D são importantes no tratamento porque são aliados na melhora da
qualidade do osso. O consumo ideal de cálcio é de 2 mil miligramas por dia, ou
quatro porções de leite ou derivados diariamente. Como é difícil bater essa
meta, a gente suplementa o cálcio em comprimido. O mesmo com a vitamina D. Ela
lembra ainda que outra coisa a se fazer é avaliar dentro de casa se não tem
muito tapetinho, obstáculos, coisas que podem fazer com que a pessoa caia.
Esse vai ser o primeiro passo. Reavaliar a rotina e hábitos de vida para
evitar o aumento do risco de desenvolvimento de osteoporose e consequentemente
de fratura. Um terceiro ponto é, segundo a médica do Grupo Hapvida NDI, está a
prática do exercício físico, que tem de ser encarado com muita seriedade porque
vai desenvolver uma série de benefícios não apenas para o tratamento da
osteoporose, mas para diversas outras questões de saúde.
Ele promove a melhoria da qualidade e quantidade de
massa magra, ou seja, de musculatura, fazendo com que nossos músculos estejam
mais fortalecidos dando mais segurança para caminhar, fazer as atividades
cotidianas e diminuir o risco de queda. A prática do exercício em si também
aumenta a qualidade do nosso osso.
A especialista lembra que sempre é perguntada como
prevenir o aparecimento desta doença. Não é uma pergunta fácil e a resposta é
ainda mais difícil porque o nosso envelhecimento é uma fase de colheita. A
gente colhe tudo aquilo que plantou ao longo da nossa vida. Muito difícil a
gente pensar no futuro quando a gente não vislumbra o problema na nossa frente,
alerta.
NOVOS HÁBITOS
Para ela, é importante repensar os hábitos de vida o mais
cedo possível, com a prática de exercícios físicos para manter a independência,
a boa saúde osteomuscular, evitar beber, não fumar, controlar as doenças de
base, identificar na família problemas precocemente para prestar atenção nisso
e mesmo que não tenha problemas identificados, fazer uma consulta periódica
para rastrear quaisquer doenças que podem colocar em risco a saúde, o bem-estar
e a independência, que é o que as pessoas mais prezam nessa vida.
Autor: Diário do Pará
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