Nova Olinda, cidade da Região do Cariri, esteve, nesta segunda-feira (19), vestida de festa para celebrar os 30 anos da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri (FCG-MHK) na cerimônia de renovação. O secretário da Cultura do Ceará, Fabiano Piúba, participou do encerramento da programação, entregando o Passeio Público Cultural, que homenageia a fundadora Doutora Rosiane Limaverde (em memória).
Entregue no aniversário, Passeio Público Cultural ligará à Fundação ao ateliê do Mestre Espedito Seleiro e Museu do Ciclo do Couro
Representando a governadora Izolda Cela, Fabiano
Piúba falou da importância de reafirmar a força e o encanto da cultura popular.
“A gente precisa desses momentos simbólicos e vitais para olhar o mundo. A Casa
remonta o amor e a história da natureza. É uma honra estar nesse momento”,
destacou o titular da Secult.
Para
Alemberg Quindins, também fundador, o momento é de alegria e de fortalecimento
das parcerias. “Sempre digo que o maior tesouro da Fundação são os seus amigos,
que são institucionais e pessoais. Amigos que passam todo o ano pela Fundação,
que é um canto de paragem no Cariri. É uma alegria celebrar esses 30 anos,
recebendo gente de vários países e estados brasileiros. A Rosiane está
homenageada com a rosa dos ventos e o marco zero gravados no Passeio”, afirmou.
O
Passeio Público Cultural ligará a Fundação até o ateliê do Mestre Espedito
Seleiro e Museu do Ciclo do Couro. A obra foi uma realização do Governo do
Ceará em parceria com a Prefeitura Municipal.
Mais
cedo, a celebração encantou as ruas de Nova Olinda com a alegria e cores
pulsantes do cortejo dos grupos de tradição popular. “No Cariri, a gente cresce
com cultura. Isso é uma coisa maravilhosa. Fui criada no Reisado e hoje estou
aqui com meu marido, filhos e neto, apresentando nossa arte”, celebrou Irismar
Silva, que faz parte do grupo Bacamarteiros da Paz do Mestre Nena, de Juazeiro
do Norte.
Portas
abertas para o mundo
A
Fundação Casa Grande foi iniciada em 19 de dezembro de 1992 pelo casal de
músicos e pesquisadores Rosiane Limaverde e Alemberg Quindins, a partir da
restauração da primeira casa da fazenda que deu origem ao município. O prédio,
de estilo colonial que data do início do ciclo do couro no Nordeste, foi
adquirido pela família de Alemberg em 1932.
Décadas
depois, Rosiane e Alemberg transformaram o local em um casa guardiã da memória
dos povos da Chapada do Araripe, incluindo os primeiros habitantes, os Kariri.
O território apresenta diversa riqueza geológica, paleontólogica, arqueológica
e cultural.
A
Casa atraiu as crianças da cidade que, acolhidas por meio da arqueologia social
inclusiva, passaram a guiar visitantes pelo acervo, compartilhando histórias e
elaborando novos saberes.
A
Fundação promove formação cultural e social para crianças e jovens e seus
familiares. A gestão institucional está fundamentada em cinco programas:
educação infantil; profissionalização de jovens; empreendedorismo social;
geração de renda familiar; sustentabilidade institucional.
Um
conjunto que impulsiona as crianças para voos de transformação. É o que diz o
novo-olidense João Paulo Maropo, que fez parte da primeira turma da Fundação.
“A Casa nos prepara para todas as funções, para estarmos à frente das
necessidades dela. Aqui é uma ponte para todos os cantos do mundo. Aqui cheguei
criança, me casei e batizei meu filho Gabriel. Quero também que ele tenha esse
privilégio de completar 30 anos nessa Casa”, disse João Paulo, que hoje é
membro da diretoria da organização.
Ana
Beatriz Diniz, 14, representa como a autonomia das crianças é potencializada.
Ela exerce funções como comunicadora, cerimonialista e gerente do Memorial do
Homem Kariri. “Em nenhuma outra instituição você encontra crianças atendendo,
contando a história dos ancestrais. Isso torna a Casa mais especial”,
enfatizou.
A
programação contou ainda com o ritual de pintura das paredes de diversas áreas
da Fundação e celebrações religiosa e musical.
*GOVERNO
DO CEARÁ
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