Dois homens foram diagnosticados com a Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta, após consumirem peixe em uma barraca de praia em Paracuru, no litoral do Ceará. Em um deles, a doença evoluiu de forma mais grave, e o homem está internado em um hospital particular de Fortaleza, onde recebeu o diagnóstico.
Um deles está internado em um hospital particular de Fortaleza desde a última quinta-feira (26), tratando a doença.
Mais dois casos de urina preta são confirmados no Ceará |
O supervisor de vendas Marcello Russo Holanda afirma que ele
e o amigo faziam uma viagem a trabalho quando pararam em uma barraca de praia
em Paracuru e consumiram um peixe. Pouco tempo depois, os dois passaram a
desenvolver os sintomas da doença. O amigo de Marcello, que recebeu o mesmo
diagnóstico, faz o tratamento em casa.
"Comi um peixe numa barraca de praia e vim a ser contaminado com a enzima do peixe, que estava contaminado, doença conhecida como a 'urina preta'. O meu amigo que estava comigo também passou pela mesma situação, então são duas pessoas que foram contaminadas pela enzima do peixe arabaiana", relata Marcello. Ele gravou um vídeo falando sobre o caso do hospital onde está internado.
Marcello está internado desde a última
quinta-feira (26). Nele, a doença da urina preta se manifestou de forma pior
por ele ter um problema renal.
A Secretaria
Estadual da Saúde do Ceará (Sesa), no entanto, informou que ainda não foi
notificada sobre os casos e que, neste ano, nenhum caso da "doença da
urina" foi confirmado oficialmente.
A doença
A principal
suspeita é que a síndrome de Haff esteja relacionada a uma toxina que pode
surgir em alguns pescados, como tambaqui, badejo e arabaiana ou crustáceos
(lagosta, lagostim, camarão), caso eles não sejam acondicionados de maneira
adequada.
Os sinais podem aparecer entre 2h e 24h após o consumo de um
pescado contaminado e podem desaparecer em 72 horas.
Não é possível olhar um peixe e saber que
ele está contaminado, já que a toxina não possui cheiro, cor e não muda a
aparência do pescado. Por isso, é importante que os consumidores procurem saber
se o peixe comprado foi bem conservado.
Pacientes devem procurar
atendimento
O médico gestor em
saúde, Álvaro Madeira, afirma que as pessoas que consumirem peixe e passarem a
sentir algum sintoma da doença, procurem uma unidade hospitalar imediatamente.
"Ela se dá com o consumo de peixes
ou crustáceos que têm ali presente a toxina que não foi inativada pelo preparo.
Essa toxina vai penetrar no organismo e ela vai levar a uma série de processos
orgânicos, dentre elas, a alteração mais evidente de uma lesão muscular [...]
um médico deve ser procurado diante dos sintomas", aconselha Madeira.
Veja algumas dicas antes de
comprar ou consumir peixes
·
escolher
o pescado (fresco, refrigerado ou congelado) ao final das compras para não
deixá-lo no carrinho, exposto ao calor;
·
ao
sair do local da compra, evitar transportá-lo por muito tempo, principalmente
no porta-malas do carro;
·
se
tiver gelo no interior da embalagem, pode ser indício de descongelamento e
recongelamento do produto, indicando problemas na conservação;
·
não
congele novamente um pescado que já foi descongelado;
· não descongele pescado em temperatura ambiente.
G1
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