Apontado com operador de esquema da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio, o policial aposentado Fabrício Queiroz decidiu abrir o jogo. Isolado, o homem que já teve muito poder nos bastidores da política agora se sente sozinho e abandonado por antigos parceiros.
Acusado de participar do esquema de rachadinha da família Bolsonaro, Queiroz dispara contra aliados do presidente.
Queiroz publicou esta foto em seu perfil no Facebook, reclamando do "sumiço" dos amigos. | Reprodução redes sociais.
Queiroz se queixou, neste domingo
(25), nas redes sociais, do afastamento de aliados do presidente Jair
Bolsonaro. Consolado por um amigo, Queiroz escreveu: "minha metralhadora
tá cheia de balas. kkkk", com um emoji de doce. Na rede, ele reproduziu
uma fotografia publicada três anos atrás na página do hoje deputado Hélio Lopes
(PSL-RJ), que é próximo do presidente.
Na postagem, o hoje presidente e então
deputado federal Jair Bolsonaro posa ao lado de Queiroz, de Hélio Lopes, do
assessor especial da Presidência da República Max Guilherme Machado de Moura, e
do advogado Fernando Nascimento Pessoa, assessor parlamentar do gabinete de
Flávio Bolsonaro no Senado.
Na fotografia reproduzida por Queiroz, o
quinteto está no Maracanã. E, com a mão direita, Bolsonaro faz o gesto
conhecido como hang loose. Queiroz comenta: "É! faz tempo que eu não
existo pra esses três papagaios aí! ( águas de salsichas) literalmente!!! Vida
segue ....".
Em resposta a dezenas de comentários, o
ex-assessor parlamentar de Flávio fez questão de preservar o presidente.
Questionado se defenderia o impeachment de Bolsonaro, escreveu: "Defendo
Lula na prisão. Bolsonaro até 2026!".
Diante da repercussão de seu post, Queiroz
tentou minimizar danos, argumentando ser uma estratégia para identificar
petistas infiltrados em sua página, que é aberta. "Coloquei uma isca no
Facebook, consegui pegar vários PTralhas inflitrados entre meus amigos.
Bolsonaro 2022!!".
Segundo a página do Senado, Pessoa ocupa
cargo comissionado no gabinete de Flávio Bolsonaro. Em maio, seu vencimento
líquido foi de R$ 16.958,38 líquidos. Ele já assessorou Bolsonaro na Câmara dos
Deputados e Flávio na Alerj, sendo alvo de investigação do esquema de
rachadinhas.
Ex-policial do Bope (Batalhão de Operações
Especiais da PM do Rio), Max Guilherme Machado de Moura prestou serviço de
segurança a Bolsonaro, inclusive na disputa presidencial de 2018. Como assessor
especial da Presidência, integrou comitiva oficial a Israel para negociação de
tratamento contra Covid-19.
Queiroz é investigado por participação em
suposto esquema de "rachadinha" (devolução de parte dos salários) na
Assembleia, no gabinete do então deputado estadual e hoje senador. Apontado
pelo Ministério Público como operador do esquema, chegou a ser preso no ano
passado. Mas conseguiu a revogação posteriormente.
FOLHAPRESS
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