O presidente Jair Bolsonaro deu entrada no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, após sentir fortes dores abdominais. Bolsonaro estaria há cerca de dez dias reclamando de soluço persistente. Ele passou por exames para investigar a causa dos soluços.
O cirurgião Antônio Luiz Macedo, que é o médico de confiança de Bolsonaro e foi responsável pela cirurgia feita após o atentado sofrido durante a campanha eleitoral, está acompanhando o caso.
O presidente Jair Bolsonaro recebendo atendimento médico. | Reprodução/Twitter
Após seu médico constatar nesta quarta-feira (14) um
quadro de obstrução intestinal, Bolsonaro será transferido para São Paulo.
Na capital paulista, ele passará por novos exames para verificar se uma
cirurgia de emergência será necessária. A informação foi confirmada por nota do
Palácio do Planalto.
"Após exames realizados no HFA [Hospital das Forças Armadas], em
Brasília, o Dr. [Antonio Luiz de Vasconcellos] Macedo, médico responsável pelas
cirurgias no abdômen do Presidente da República, decorrentes do atentado a faca
ocorrido em 2018, constatou uma obstrução intestinal e resolveu levá-lo para
São Paulo onde fará exames complementares para definição da necessidade, ou
não, de uma cirurgia de emergência", diz o comunicado a Secretaria
Especial de Comunicação Social.
O presidente Bolsonaro comentou nas redes sociais
sobre seu estado de saúde e aproveitou para criticar o PT e o PSOL, seus
adversários políticos.
"Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato
promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a
vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um
atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia",
escreveu.
"Peço a cada um que está lendo essa mensagem
que jamais desista das nossas cores, dos nossos valores! Temos riquezas e um
povo maravilhoso que nenhum país no mundo tem. Com honestidade, com honra e com
Deus no coração é possível mudar a realidade do nosso Brasil. Assim
seguirei!"
Nesta madrugada, Bolsonaro deu entrada para exames
no HFA (Hospital das Forças Armadas) com dores abdominais. Segundo nota da
Presidência da República, Bolsonaro seguiu orientação de sua equipe médica para
a realização de exames para investigar a causa dos soluços
Ainda de acordo com o Planalto, por orientação médica,
o presidente ficaria sob observação, "no período de 24 a 48 horas, não
necessariamente no hospital". O cirurgião Antônio Luiz Macedo, que operou Bolsonaro após a facada que levou no abdome,
em setembro de 2018, foi chamado para Brasília.
Ministros ouvidos sob reserva disseram à Folha que,
no início da tarde, Bolsonaro estava sedado por causa dos exames que havia
feito. Eles esperavam a avaliação do médico, mas defendiam que o presidente
fosse logo submetido a uma cirurgia para corrigir eventuais problemas
decorrentes da facada.
"O presidente está no HFA em repouso, foi
medicado. Falei com o ajudante de ordem dele, ele está bem. Teve fortes dores
às 4h, mas nada de grave até o momento. Então, graças a Deus, ele está muito
bem. Repousando, que é o que ele precisa", disse o ministro da Casa Civil,
general Luiz Eduardo Ramos.
Na noite anterior à
internação, Bolsonaro demonstrava certo abatimento quando se queixou a
apoiadores na porta do Palácio da Alvorada sobre os 11 dias de uma crise de
soluço.
Além disso, o mandatário já havia dito a seus
seguidores que teria que passar por uma nova cirurgia para corrigir uma hérnia,
herança da facada que levou durante a campanha de 2018. O próprio presidente
abordou a crise de soluços com apoiadores e em uma entrevista na semana
passada.
"Peço desculpa a todos que estão me ouvindo,
porque eu estou com soluço já tem cinco dias. Eu fiz uma cirurgia para implante
dentário no sábado [3], já aconteceu comigo no passado, talvez, em função dos
remédios que eu estou tomando, eu estou 24 horas por dia com soluço",
disse Bolsonaro à rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul.
Ao ser aconselhado pelo âncora a levar um susto
para se livrar dos soluços, o presidente disse que, "por enquanto, não
estou assustado com nada que acontece no governo".
Depois da conversa que teve com o presidente do
STF, Luiz Fux, nesta segunda-feira (12), Bolsonaro concedeu uma entrevista de
cerca de 30 minutos, mas só soluçou no começo.
Já na terça-feira (13) conseguiu fazer um discurso
inteiro sem interrupções. Mas, pouco depois da cerimônia no Palácio do
Planalto, chegou de motocicleta ao Palácio da Alvorada e voltou a soluçar diante
dos eleitores.
"Eu estou sem voz, pessoal.
Se eu começar a falar muito, volta a crise de soluço" alertou o
presidente. "Já voltou o soluço", disse logo em seguida. Posou para
fotos e gravou vídeo para um apoiador. "Está ruim de falar", reclamou.
FOLHAPRESS
0 Comentários