Os pesquisadores produziram, a partir de uma solução de cloreto de sódio (sal), partículas de aerossol de tamanho semelhante às que carregam o coronavírus no ar (60 a 120 nanômetros) e testaram a capacidade das máscaras em reter, ou deixar passar, essas micropartículas.
Veja as conclusões de estudo da USP sobre as que mais protegem contra a transmissão de partículas que podem servir de meio para o novo coronavírus.
Máscaras de tecido tiveram eficiência de filtragem que variou de 15% a 70%, com média de 40%. | Reprodução |
"Queremos deixar muito claro que, embora algumas máscaras sejam
mais eficientes do que outras, o uso de máscaras é essencial, qualquer que
seja", diz o físico Fernando Morais, principal autor do estudo, à BBC News
Brasil.
Dito isso, esse e outros estudos trazem lições importantes sobre como cada um de nós pode melhorar a proteção individual, essencial num momento de redução no isolamento social e de circulação de novas variantes mais contagiosas (e potencialmente mais graves) do coronavírus.
Clique sobre a imagem para ampliar.A proteção das principais máscaras
Não é surpresa que a maior proteção venha da máscara PFF2 (equivalente à
N95), modelo profissional que já está se tornando mais popular no país e retém
em torno de 98% de partículas que caem sobre ela, segundo a medição do
Instituto de Física da USP.
Por isso, crescem os esforços para popularizar o uso dessa máscara e
para ensinar o público a reutiliza-la com segurança, sem a necessidade de
descarte imediato (leia mais ao fim da reportagem).
Em segundo lugar, diz o estudo, ficaram as máscaras cirúrgicas, que
filtraram 89% das partículas. Além de ter boa filtragem, a máscara cirúrgica é
elogiada por Fernando Morais por não dificultar a respiração e por ter aquele
arame em cima do nariz - o clipe nasal - que permite um ajuste melhor ao rosto.
Isso nos leva a um fator crucial para essa ou qualquer outra máscara:
ela precisa de fato estar bem ajustada ao rosto, tanto na área do nariz quanto
nas laterais, ou não vai ser capaz de impedir a entrada do ar não filtrado.
"O grande problema das máscaras cirúrgicas é o ajuste no rosto, que
deixa algumas brechas", disse à BBC News Brasil, no início do mês, o
físico Vitor Mori, pesquisador da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos,
e integrante do Observatório Covid-19 BR.
Por isso, disse Mori, máscaras cirúrgicas são mais indicadas para
ambientes abertos e bem arejados - e, é bom lembrar, precisam ser trocadas a
cada quatro horas.
Máscaras de TNT (feitas de polipropileno, um tipo de plástico) também
oferecem, segundo o estudo da USP, uma boa proteção geral (entre 78% e 87%),
mas é preciso tomar cuidado com "pegadinhas", alerta Morais.
Por fim temos as máscaras de tecido, as mais comuns e mais facilmente
fabricadas. Se essa alta disponibilidade é uma vantagem, o ponto fraco
principal é que muitas delas são bem pouco eficientes em reter o vírus.
No experimento, a filtragem média das máscaras de algodão foi de 40%, o
que significa que elas deixaram passar, em média, 60% das partículas que caíram
sobre elas.
Com informações da BBC Brasil
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