Em mais um rompante, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (07/05) que o decreto contra a política de isolamento social rígido adotada por governadores e prefeitos na tentativa de conter a disseminação da covid-19 está pronto. No entanto, ele não informou se irá usá-lo ou quando. O mandatário, crítico desde o início das medidas restritivas, relatou ainda considerar que alguns líderes estaduais tomaram a decisão sem conhecimento prévio, mas que sempre é hora de ter coragem e corrigir “erros”.
Sem máscara e sem capacete Bolsonaro inaugura ponte em Rondônia (Foto: Reprodução/Facebook)
A
exemplo da última quarta-feira (05/05), o chefe do Executivo ressaltou que
“todos irão cumprir” a medida caso ele decida pelo decreto. Declarações
ocorreram durante inauguração da Ponte sobre o Rio Abunã em Porto Velho,
Rondônia.
“Lamento
a forma como alguns se comportaram há pouco tempo, creio até que muitas tomaram
medidas por desconhecer o que estava acontecendo. Mas sempre é hora de
mudarmos. Eu já errei muitas vezes, assim como todos que estão aqui já erraram
em algum momento. É termos a altivez, a coragem de reconhecer o erro e tomar um
novo rumo para o destino de cada um de nós. Vocês podem contar com um
presidente que tem um coração verde e amarelo. Não receiará se tiver que tomar
uma decisão, creio que a liberdade é o bem maior que nós podemos ter. Tenho
falado, se baixar um decreto, que já está pronto, todos cumprirão. Por que
todos cumprirão? Porque esse decreto nada mais é do que a cópia dos incisos do
art 5º da Constituição que todos nós juramos defendê-la”, apontou.
Em
novas críticas aos governadores, Bolsonaro destacou que “o direito de ir e vir
é sagrado” e que não mais se justifica o fechamento de comércios e toques de
recolher no país. O Brasil registrou, até essa quinta-feira (6), mais de 414
mil brasileiros mortos por conta do vírus. “A nossa liberdade de crença também
é sagrada, assim como o trabalho. Não se justifica, daqui para frente, depois
de tudo que nós passamos, fechar qualquer ponto do nosso Brasil. Aquele que
abre mão de parte de sua liberdade em troca de segurança, por menor que seja,
acaba, no futuro, não tendo liberdade e nem segurança”, completou.
Bolsonaro
também disse que os brasileiros preferem “morrer lutando do que perecer em
casa” e foi ovacionado por parte do público local ao usar a expressão “meu
Exército” e dizer que a corporação não será utilizada como maneira de
policiamento de toque de recolher.
“Eu
me coloco na situação daqueles que perderam tudo ou quase tudo por decisões que
devem ser refeitas, repito, como eu também já errei. Eu posso fazer semelhante
ao que muitos já fizeram, mas o meu Exército jamais irá às ruas para mantê-los
dentro de casa. A minha Marinha, o meu Exército e a minha Aeronáutica jogam
dentro das quatro linhas da Constituição”, porém, ressaltou, “não admitiremos
quem queira jogar fora das 4 linhas da nossa Constituição”.
“E
pode ter certeza: se cada um de nós militares aqui presentes juramos um dia dar
a vida pela nossa Pátria, vocês (população), que são o grande exército
brasileiro, farão tudo, até a própria vida para garantir a sua liberdade”,
acrescentou.
Por
fim, o presidente disse que conta com o apoio da população para ter força para
continuar dirigindo a nação. Também estiveram presentes no evento em Rondônia o
tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet; os ministros Tarcísio Freitas, Eduardo
Ramos, Augusto Heleno; o presidente da Caixa, Pedro Guimarães; o governador do
Acre, Gladson Cameli; o governador de Rondônia, Marcos Rocha; os senadores
Marcio Bittar e Marcos Rogério; além do empresário, Luciano Hang.
Com
informações portal Correio Braziliense
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