não mexer

header ads

Águas do Castanhão serão transferidas para a Grande Fortaleza a partir desta quinta-feira.

A transposição da água oriunda do Rio São Francisco vai assegurar o abastecimento da Região Metropolitana até, pelo menos, 2022, de acordo com a Secretaria de Recursos Hídricos.

O Castanhão recebe desde o dia 1º de março as águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF)
Foto: Honório Barbosa

Começa nesta quinta-feira (1º) a operação de transferência de água do açude Castanhão para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A decisão foi tomada porque os açudes que integram o entorno da Capital estão com a reserva abaixo do esperado e os reservatórios apresentam volume inferiores ao mesmo período de 2020. 

O titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, pontuou que “os reservatórios Pacajus e Pacoti, que são os principais da região, ainda não tiveram aporte significativo e estão com quase 100 milhões de metros cúbicos de água a menos em comparação com igual período do ano passado”. 

A transferência de água do Castanhão tem por objetivo assegurar o abastecimento de água da RMF até, pelo menos, 2022. A região reúne o maior número de consumidores no Ceará, cerca de 4,5 milhões. Inicialmente, serão liberados 7,5 metros cúbicos por segundo. A definição pela transferência foi aprovada nesta terça-feira (30), em reunião do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos (Conerh).

DO RIO SÃO FRANCISCO PARA FORTALEZA

O Castanhão recebe desde o dia 1º de março as águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). "A ideia é aproveitar ao máximo essa água, no período chuvoso, porque há mais facilidade da água escorrer e chegar ao destino no leito dos rios Salgado e Jaguaribe, que também recebem água da chuva”, frisou o secretário Executivo da SRH, Aderilo Alcântara. Atualmente, o reservatório está  hoje com apenas 11,4% de sua capacidade. 

Francisco Teixeira frisou que “como era de se esperar, tendo por base o prognóstico da Funceme, havia probabilidade maior das chuvas serem da média para baixo”.

O titular da SRH ressaltou que os aportes dos reservatórios cearenses na atual quadra chuvosa têm sido muito menores do que no ano passado. “Nas reuniões do Grupo de Contingência, a cada quinze dias, de forma remota, tomamos precaução para garantir abastecimento humano aos cearenses, avaliando os estoques de água”. 

CHUVAS ABAIXO DA MÉDIA

O prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), anunciado na segunda quinzena de janeiro passado e confirmado em fevereiro último, indicava que o Ceará teria 50% de chance de chuvas abaixo da média histórica nos meses de fevereiro, março e abril. 

Para o trimestre de abril a junho, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também confirma tendência de chuvas abaixo da média, principalmente, na porção centro-sul do Estado.

“O motivo é o afastamento da Zona de Convergência Intertropical, que neste ano não se aproximou muito do Ceará, porque a temperatura das águas superficiais do Oceano Atlântico Tropical Sul está mais fria do que o Atlântico Tropical Norte”, explicou o meteorologista do Inmet, Flaviano Fernandes. “A Zona de Convergência permanece nas áreas mais aquecidas”.

A previsão da Funceme e do Inmet foi confirmada até o momento e os aportes dos açudes cearenses estão inferiores aos do ano de 2020. 

 A gerente de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, também destacou que os dois primeiros meses da quadra chuvosa (fevereiro a maio) registram volumes de chuva abaixo do que no mesmo período de 2020. 

“A Zona de Convergência Intertropical não chegou a se posicionar sobre o continente cearense, mantendo-se sempre sobre áreas oceânicas”, pontuou Meiry Sakamoto.

RESERVATÓRIOS COM UM QUARTO DA CAPACIDADE

O Ceará, segundo dados da Cogerh, tem volume médio acumulado nos 155 açudes de 26,2%. A bacia hidrográfica do Banabuiú, no Sertão-Central do Estado, apresenta o menor volume acumulado do Ceará, ou seja, 10% de sua capacidade total. 

As bacias do Alto e Médio Jaguaribe, onde estão os Açudes Castanhão e Orós, os maiores do Ceará, também seguem com aportes baixos, 28,9% e 11,2%, respectivamente. 

O Ceará, hoje, registra dez açudes sangrando: 

Acaraú Mirim (Massapê)

São Vicente (Santana do Acaraú)

Caldeirões (Saboeiro)

Jatobá (Milhã)

Tucunduba (Senador Sá)

Quandu (Itapipoca)

São Pedro Timbaúba (Miraíma)

Germinal (Palmácia)

Tijuquinha (Baturité)

Barragem do Batalhão (Crateús)

Há outros seis açudes com volume superior a 90%, e 54 estão com volume inferior a 30%. Outros seis estão secos (Forquilha II, Madeiro, Monsenhor Tabosa, Pirabibu e Salão) e 12 estão com volume morto.

DN 

Postar um comentário

0 Comentários