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Chegada de águas do São Francisco ao Castanhão deve gerar milhares de empregos no Ceará.

A tão sonhada chegada das águas do Rio São Francisco ao açude Castanhão - o maior da América Latina - se tornou realidade no dia 10 deste mês, e os frutos desse marco já são prospectados pelo agronegócio.

Com o fortalecimento dos perímetros irrigados a partir do redirecionamento do volume hídrico, a expectativa é de geração de milhares de empregos e crescimento das exportações de alimentos e da oferta interna, o que, na avaliação do setor, deve contribuir para o arrefecimento dos preços dos produtos no mercado local.

O diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, avalia que o barateamento dos alimentos é um dos impactos que podem ser provocados pela chegada das águas do São Francisco ao Castanhão e fortalecimento dos perímetros irrigados.



"Ajuda a exportação, mas sempre ajuda a baratear o preço no mercado interno, já que aumenta a oferta. Não se consegue exportar 100% do que se produz", detalha Barcelos.

EXPORTAÇÃO DE FRUTAS

Barcelos lembra que o Ceará é grande exportador de melão e de melancia e que, no caso do melão, por exemplo, metade vai para exportação e a outra metade é para consumo interno. "Temos outros produtos como a manga, por exemplo, que não tem produção aqui hoje e que o Brasil exporta 15%. Na média, o Brasil exporta 3% do que produz e 97% fica no País. Depende muito do produto", explica.

O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Quixadá, José Amílcar Silveira, estima que o setor deve ganhar, somente nas áreas dos perímetros irrigados do tabuleiro de Russas e Jaguaribe-Apodi, 10 mil empregos diretos em cerca de um ano.

Ele também corrobora que o uso das águas do Castanhão pelo agronegócio e o redirecionamento do volume do São Francisco para o abastecimento de Fortaleza e região metropolitana ajudarão a elevar as exportações e oferta de alimentos.

"Nós temos uma grande dificuldade com a produção de grãos para a avicultura e para a pecuária leiteira", explica Amílcar.

Em matéria publicada pelo Diário do Nordeste este mês, a Associação Cearense de Avicultura estimou que os preços de produtos como o ovo devem continuar subindo este ano em decorrência do custo de produção, que aumentou 50%. O milho e a soja, produtos que são importantes componentes no cálculo do custo de produção das aves e ovos, tiveram forte fluxo nas exportações brasileiras desde o início da pandemia do coronavírus.

MECANISMOS DE INCENTIVO

Fontelles pondera que o Governo do Estado precisa criar mecanismos de incentivo para o desenvolvimento da produção de alimentos. "Hoje a gente nota uma preocupação com a agricultura familiar, que seria de subsistência, mas não há uma preocupação para o seu desenvolvimento e não há a mesma atenção para aqueles que estão mais desenvolvidos, que são de médio e grande porte", destaca. 

Fonte: Diário do Nordeste


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