Após um ano de dificuldades com a pandemia do novo coronavírus, o Natal, ainda que com restrições, promete ser um período de alívio.
Para o comércio local, mesmo com a crise, o cenário é favorável às
vendas, que devem apresentar crescimento de 5% em relação ao ano passado.
É o que estima o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista
de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves. Segundo ele, além da injeção de recursos
do 13º salário e do auxílio emergencial, a volta de alguns produtos às
prateleiras incentiva o consumo.
“Algumas mercadorias que entre setembro e novembro não estavam sendo
produzidas ou não estavam chegando começaram a chegar às lojas. Não todas, mas
é um sinalizador positivo, porque a pressão sobre valores diminui e vai
baixando os preços. Com a baixa da Selic, os prazos também estão mais
acentuados, dilatados”, afirma ele.
Alves também acredita que os consumidores tentarão compensar o
distanciamento nas festas com algum presente. “Isso gera emprego, gera receita.
Venderemos mais do que ano passado, com crescimento acima de 5%, sem dúvidas”,
garante o presidente.
Apesar do fortalecimento do e-commerce durante o isolamento social, as
lojas físicas devem ser bastante acionadas devido à segurança de ver o produto
presencialmente.
De acordo com Alves, esse é o momento de o consumidor readquirir a
confiança quanto à segurança sanitária para comprar nas lojas físicas. “Para
produtos de uso pessoal, as pessoas ainda preferem ter o contato físico,
evitando trocas e até mesmo alguns golpes”.
Demanda reprimida
Lembrancinhas
Brilhante ressalta que os segmentos de desejo do consumidor permanecem
os já tradicionais para esta época do ano, como vestuário, calçados e
perfumaria. Uma das diferenças que ela ressalta, no entanto, é a preferência
pelas “lembrancinhas”.
“O consumidor vai partir para comprar várias coisas mais baratas, ir
àquelas lojas de miudezas, comprar três ou quatro itens e montar o presente.
Isso acaba reduzindo o ticket médio. Ele até vai comprar mais, mas a média de
gastos será menor”, revela. Ela estima que o ticket médio do cearense neste ano
no Natal deve girar em torno de R$ 600.
A boa perspectiva para a data também alcança Freitas Cordeiro,
presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Ceará
(FCDL-CE). Ele se ancora no resultado das medidas emergenciais estabelecidas
pelos governos Federal, Estadual e municipais para prever um resultado das
vendas que ele chama de surpreendente.
Protocolos
O governador Camilo Santana anunciou na sexta-feira (4) passada que o
Estado irá elaborar protocolos sanitários específicos para o período entre
Natal e Ano Novo, marcado pela maior movimentação no comércio. Ele ainda
informou que a equipe do Governo se reúne com representantes do setor produtivo
para elaborar as novas regras.
Brilhante admite que durante a Black Friday, em especial nos dias 27 e
28 de novembro, os lojistas cearenses tiveram dificuldade em garantir o
distanciamento social dentro dos estabelecimentos por conta do alto fluxo de
clientes.
“Estamos impedindo as pessoas de entrar sem máscara, disponibilizando
tapetes sanitizantes e álcool em gel. A nossa maior dificuldade é garantir o
espaçamento de dois metros entre cada consumidor.
Trabalhamos para conscientizar a todos e isso não deve se repetir neste
Natal, porque as compras estão sendo feitas ao longo de todo o mês”, prevê a
diretora Institucional da Fecomércio-CE.
Já Alves vê o cumprimento dos protocolos como algo mais natural e
seguido à risca por quase a totalidade dos estabelecimentos locais.
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