A Procuradoria Geral da República (PGR) será a responsável pelas investigações acerca da campanha de desinformação e o ataque cibernético sofridos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no primeiro turno das eleições municipais, no dia 15 de novembro.
O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, decidiu
remeter o caso à PGR por considerar que há indícios da prática de
delitos de natureza criminal e não apenas eleitoral. O despacho foi enviado na
sexta-feira, 20, ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Góes
analisou documentação apresentada pela entidade SaferNet Brasil, que
firmou parceria com a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) para combater a desinformação
eleitoral.
Segundo apurou o Estadão, quatro deputados são citados no
despacho de Brill de Góes para justificar a mudança de âmbito: Filipe
Barros (PR), Eduardo Bolsonaro (SP), Carla
Zambelli (SP) e Bia Kicis (DF), todos do PSL. Caso processados,
a lei exige que a iniciativa parta da PGR, perante o STF.
“O aprofundamento das análises tem revelado indícios da existência
de um sofisticado núcleo de tecnologia da informação, com hackers a serviço de
grupos políticos com interesses em desacreditar a Justiça Eleitoral, o processo
de apuração e totalização de votos e, em última instância, o sagrado direito a
eleições livres e limpas no Brasil”, aponta a representação da SaferNet.
No dia do primeiro turno, foram registrados disparos massivos
contra o sistema da Corte Eleitoral e noticiado o vazamento de dados antigos de
ex-ministros e ex-funcionários, com o intuito de desacreditar o processo
eleitoral.
A entidade aponta para a existência de um grupo de parlamentares,
influenciadores digitais e outros atores políticos que se engajaram em
narrativas conspiratórias sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas e no
processo de apuração e totalização de votos, por meio da disseminação massiva
de mensagens e conteúdos enganosos nas redes sociais que sugerem algum grau de
coordenação. Parlamentares, por terem foro privilegiado, devem ser
processados e julgados no Supremo Tribunal Federal (STF).
Repórter Ceará –
Congresso em Foco
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