Mesmo que o Governo do Estado venha a autorizar a retomada das aulas presenciais ainda este ano, aproximadamente 125 dos 184 municípios cearenses sinalizaram que só devem reabrir as escolas em 2021.
É o que aponta enquete realizada com todos os prefeitos do Estado. As
informações são do presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará
(Aprece), Nilson Diniz.
Mas devemos considerar o número de casos e como está na UTI”, diz sobre
Diniz sobre a situação de Cedro, onde é prefeito. A cidade passou pelo pico da
pandemia em agosto.
Em setembro, já foram registrados mais de 100 casos. A situação
epidemiológica é semelhante em toda a macrorregião do Cariri.
O gestor afirma que nessa terça-feira, 22, conversou com Júnior Menezes
prefeito de Chorozinho, na Região Metropolitana de Fortaleza. Por lá, já está
autorizada a retorno às classes com parte das turmas. Porém, dois dos três
estabelecimentos de ensino privado tiveram professores com resultado positivo
para Covid-19. Cada um com cinco infectados. O retorno foi adiado na cidade.
A orientação de Diniz aos gestores é de que, primeiro, cada secretário
municipal de saúde veja o decreto governamental sobre o retorno das aulas, para
avaliação sanitária. Com aval das autoridades, o passo seguinte, elenca o
presidente da Aprece, é reunir o Conselho Municipal de Educação, o Conselho da
Merenda Escolar e o Conselho do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica (Fundeb).
“Em cada um desses conselhos, há representantes de toda a sociedade
civil, Câmara dos Vereadores, pais, alunos e professores. Isto é para que todos
presentes tomem decisão coletiva e sabermos se devemos voltar. Não adianta o
prefeito querer, e os professores não. É preciso o conjunto da cidade tomar
essa decisão”, justifica os procedimentos indicados.
Decreto nº 33.742 do governador Camilo Santana autorizou o retorno
gradual das aulas presenciais a partir de 1º de outubro em 44 municípios da
macrorregião da saúde de Fortaleza.
Está autorizado a volta gradual, com capacidade de 35%, da Educação
de Jovens e Adultos (EJA); do 1º, 2º e 9º ano do Ensino Fundamental; da 3ª
série do Ensino Médio e educação profissional e Educação Infantil, com 50% dos
estudantes.
Nos demais municípios, foram liberadas apenas as turmas de educação
infantil da rede privada, limitadas a 30%. Exceto na região do Cariri.
Mas frisa que há esforços, com as aulas remotas, na tentativa de
minimizar os problemas. “Não está em jogo só a vida deles, mas também de quem
está em casa. Nós estamos vivenciando isso”, reflete.
Questionado se as eleições municipais, previstas para novembro próximo,
têm influenciado na decisão dos mandatários, Diniz afirma que este foi um dos
pontos mais comentados sobre o retorno das aulas.
“Nós estamos sentindo que essa parte política não respeita a questão das
medidas sanitárias de proteção. Nas convenções, reuniões, multidões, atos
políticos, isso (aglomeração) deve ocorrer. A gente está prevendo isso. A
Aprece se manifestou com essa preocupação porque essa questão política é muito
forte. As pessoas, provavelmente, não vão respeitar (as medidas sanitárias)”.
Foto: JÚLIO CAESAR
Fonte: O Povo Online
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