Após reunião com o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, Nelson Teich
sobre o uso da hidroxicloroquina, o presidente do Conselho Federal de Medicina
(CFM), Mauro Luiz Britto Ribeiro, disse que a entidade autoriza, mas não
recomenda o uso do composto como tratamento para o novo coronavírus. O encontro
ocorreu no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (23) e durou cerca de duas
horas.
Fernando Caixeta - Metrópoles |
“Não é uma
recomendação. O Conselho Federal de Medicina não recomenda o uso da
hidroxicloroquina, o que nós estamos fazendo é dando ao médico brasileiro o
direito de, junto a seu paciente, em decisão compartilhada com seu paciente,
utilizar o medicamento. Nós estamos autorizando, não é uma recomendação, isso é
muito importante ficar bem claro”, enfatizou o presidente da entidade.
De acordo com o
parecer do CFM sobre o uso do fármaco, há três hipóteses em que o profissional
poderá receitar o remédio. Uma delas é quando o paciente se encontra em estado
grave, em unidade de terapia intensiva (UTI), já com lesão pulmonar e ração
inflamatória. Diante desse quadro, o médico, por compaixão, poderá receitar a hidroxicloroquina,
desde que haja autorização de familiares.
Já a segunda hipótese
é quando o paciente está com sintomas e precisa ser hospitalizado. E o terceiro
cenário de permissão para receitar a droga, seria em casos de sintomas leves,
desde que descartadas infecções por gripe comum.
“Pode ser utilizada
pelo médico desde que ele tenha o consentimento do paciente, dos seus
familiares, uma decisão compartilhada entre o paciente e o médico, com o médico
sendo obrigado a explicar para o paciente que não existe nenhuma evidência de
benefício do uso da droga e que a droga pode ter efeitos colaterais
importantes”, frisou.
Portanto, conselho
não aprova a prescrição preventiva da hidroxicloroquina. “Não existe qualquer
indicação do uso preventivo da hidroxicloroquina em relação à Covid-19. Isso é
consenso em qualquer literatura do mundo e essa é a posição do CFM. Uso
preventivo, não. O que nós aprovamos foram essas essas três situações.”
Ainda segundo Britto
Ribeiro, o CFM está atento a publicações de artigos em revistas científicas e
pode rever o próprio posicionamento.
Com informação da Agência Pará
0 Comentários