O governador Camilo Santana
afirmou, em transmissão ao vivo em rede social neste sábado (28), que será
prorrogado por mais uma semana, até 5 de abril, proibição de funcionamento de
diversos comércios e estabelecimentos dos seguintes seguimentos:
Camilo Santana fez o anúncio em live neste sábado (28) |
Bares, restaurantes, lanchonetes
e estabelecimentos congêneres;
Templos, igrejas e demais instituições religiosas;
Museus, cinemas e outros equipamentos culturais, público e privado;
Academias, clubes, centros de ginástica e estabelecimentos similares;
Lojas ou estabelecimentos que pratiquem o comércio ou prestem serviços de natureza privada;
“Shopping center”, galeria/centro comercial e estabelecimentos congêneres, salvo quanto a supermercados, farmácias e locais que prestem
Templos, igrejas e demais instituições religiosas;
Museus, cinemas e outros equipamentos culturais, público e privado;
Academias, clubes, centros de ginástica e estabelecimentos similares;
Lojas ou estabelecimentos que pratiquem o comércio ou prestem serviços de natureza privada;
“Shopping center”, galeria/centro comercial e estabelecimentos congêneres, salvo quanto a supermercados, farmácias e locais que prestem
Serviços de saúde no interior dos referidos dos estabelecimentos;
Feiras e exposições;
Indústrias, excetuadas as dos ramos farmacêutico, alimentício, de bebidas, produtos hospitalares ou laboratoriais, obras públicas, alto forno, gás, energia, água, mineral, produtos de limpeza e higiene pessoal, bem como respectivos fornecedores e distribuidores.
A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) divulgou neste sábado (28) recomendação para que as escolas da rede pública implementem o ensino a distância e domiciliar durante a pandemia de coronavírus. Por conta da crise na saúde, as aulas estão suspensas desde o dia 18 de março, até 2 de abril.
De acordo com o documento
divulgado, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996)
informa sobre as possíveis ações que podem ser tomadas em situações de
emergência.
A primeira leva de medidas
estaduais contra o avanço do coronavírus foi a criação, em decreto, de um
comitê para tratar da questão, em 13 de março. Em seguida vieram mais dois
decretos, um deles três dias depois estabelecendo situação de emergência em
saúde e suspensão das aulas, e o outro, no dia 19 de março, ainda mais
rigoroso, proibindo a abertura de bares e diversas atividades.
SAIBA MAIS
“Se eu tiver
que errar, que seja pelo excesso e não pela omissão”, diz Camilo sobre
renovação de quarentena
Governador
deu entrevista exclusiva ao O POVO neste sábado, 28 (Foto:
REPRODUÇÃO). Camilo teve encontros virtuais com representantes do setor
produtivo, que pressionam o governador a autorizar a retomada dos trabalhos.
Em entrevista exclusiva ao O POVO
neste sábado, 28, após reunião com autoridades de saúde do Ceará, o governador
Camilo Santana (PT) falou que as decisões que serão tomadas no Estado “levarão
em conta aspectos econômicos”, “mas, em primeiro lugar, será considerada a
saúde das pessoas”.
Questionado se deve renovar o
decreto de quarentena que suspendeu as atividades do comércio e o transporte
intermunicipal, o chefe do Executivo respondeu: “Não podemos aumentar o risco
da nossa população. Ela precisa ser protegida. E disso não abrirei mão. Se
tiver que errar, que seja pelo excesso e não pela omissão”.
De ontem para hoje, Camilo teve
encontros virtuais com representantes do setor produtivo, que pressionam o
governador a autorizar a retomada dos trabalhos a partir desta segunda-feira,
30. Nessa sexta-feira, o presidente da República Jair Bolsonaro afirmou que
eventual responsabilidade por danos financeiros seria dos gestores estaduais.
O governador deve decidir amanhã
se prorroga ou não a validade do documento que determinou isolamento e
suspensão temporária por dez dias, publicado no dia 20/3. O prazo expira na
segunda.
Sobre a postura de Bolsonaro
diante das ações de combate ao novo coronavírus no País, o petista declarou:
“Eu diria que tem havido graves equívocos na condução dessa crise. Defendo uma
coordenação nacional das ações por parte do Governo Federal. Na ausência disso,
cada estado age de forma diferente e toma medidas diferentes tentando proteger
a população do seu estado”.
Apenas no Ceará, já são 282 casos
confirmados da infecção. Três pessoas morreram. O estado tem o maior número de
contágios do Nordeste e o terceiro do Brasil.
Leia abaixo a íntegra da
entrevista com o governador Camilo Santana
O POVO – Como avalia o conjunto de medidas tomadas até agora no estado do Ceará contra o coronavírus?
O POVO – Como avalia o conjunto de medidas tomadas até agora no estado do Ceará contra o coronavírus?
Camilo Santana – Um mês antes de
qualquer caso confirmado do Ceará, já havia um plano de contingência feito pelo
nosso secretário dr. Cabeto e sua equipe. Também autorizei imediatamente
recursos para a compra de equipamentos, testes de diagnóstico e insumos médicos
(R$ 245 milhões até aqui), a abertura imediata de um novo hospital com 230
leitos exclusivamente para pacientes com coronavírus, além de mais 150 leitos
extras anexados a três hospitais, e a preparação de alas exclusivas para
receber esses pacientes em outras unidades do estado, inclusive nos hospitais
regionais. Além de todas essas medidas, o Ceará foi um dos primeiros estados a
sair com decreto que visava a menor circulação de pessoas nas ruas, para evitar
uma proliferação rápida e em massa do vírus, o que poderia colapsar o sistema
de saúde já nos primeiros dias. Solicitamos também o cancelamento de voos
internacionais no Ceará e a permissão para nossas equipes atuarem na chegada de
passageiros, já que essa decisão depende do Governo Federal. Foram muitas
medidas, e outras continuam sendo adotadas dia a dia para tentarmos conter, ao
máximo, o avanço mais rápido do coronavírus e proteger nossa população.
OP – Por que há grande número de
casos da infecção no estado, que adotou precauções contra a pandemia desde o
começo?
Camilo – Os próprios
especialistas apontam dois fatores. O primeiro, que o Ceará tomou a decisão de
fazer o máximo de testes possíveis. E quanto mais se testa, mais você detecta.
Isso é fundamental para podermos agir de forma rápida e estratégica. Não sei
como outros estados estão fazendo. Determinei logo a compra de 20 mil kits de
diagnóstico, e outros 350 mil testes rápidos também estão sendo adquiridos. E o
segundo fator que atribuo é o fato do Ceará ter se tornado o maior ponto de
conexões aéreas do Nordeste. São dezenas de voos, muito importantes para a
economia de qualquer estado mas que, neste momento, foram um complicador. Como
foi em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, que lideram os casos. Por
isso, a importância do maior controle nos aeroportos logo no começo, papel que
caberia à Anac e Anvisa, do Governo Federal.
OP – O Governo Federal derrubou
na justiça a barreira sanitária no aeroporto. A gestão Bolsonaro tem
atrapalhado no combate ao vírus?
Camilo – Eu diria que tem havido
graves equívocos na condução dessa crise. Defendo uma coordenação nacional das
ações por parte do Governo Federal, como há em muitos países que enfrentam a
pandemia. Na ausência disso, cada estado age de forma diferente e toma medidas
diferentes tentando proteger a população do seu estado. Falta uma diretriz
clara, considerando o que aponta a Organização Mundial de Saúde como eficaz
para conter a pandemia. Do ponto de vista da economia, houve alguns anúncios
importantes recentemente e isso deverá ajudar muito. Mas não se pode dissociar
as coisas. É preciso, em primeiro lugar, atenuar esse crescimento geométrico
dos casos para não colapsar rapidamente o sistema de saúde. Isso é urgente.
OP – Há uma pressão para voltar à
normalidade. O senhor pretende renovar o decreto que determinou o fechamento do
comércio?
Camilo – Converso diariamente com
nossos especialistas em saúde. Temos um respeitado secretário e uma equipe
muito competente que nos dão o real cenário da crise e as projeções. Faço
questão de acompanhar tudo para estar bem embasado na tomada de decisões.
Também tenho conversado com os representantes do setor produtivo e ouvido suas
demandas. É muito importante a manutenção dos empregos e a geração de renda
para as famílias. Tenho essa preocupação, especialmente com os mais pobres, com
os autônomos. Tanto que isentei por 90 dias a conta da água de 338 mil famílias
de baixa renda do estado e suspendi a taxa de contingência da água de 221 mil
domicílios de Fortaleza e RMF. Também antecipei o pagamento do benefício de
quase 50 mil famílias carentes, que recebem uma ajuda do governo do estado. E
anunciarei novas medidas de ajuda a essa população em breve. As decisões
tomadas levarão em conta esses aspectos econômicos. Mas, em primeiro lugar,
será considerada a saúde das pessoas. Não podemos aumentar o risco da nossa
população. Ela precisa ser protegida. E disso não abrirei mão. Se tiver que
errar, que seja pelo excesso e não pela omissão.
OP – Essa é a segunda crise de
grandes proporções que o Ceará enfrenta desde o início do ano. A primeira foi a
da segurança, para a qual o senhor deu uma resposta eficaz e rápida. Como
avalia esses dois momentos (motim da PM e quarentena sanitária)? Houve algum
aprendizado antes que esteja sendo útil agora?
Camilo – São situações muito
diferentes. Vivemos hoje uma crise mundial, que já contaminou e matou milhares
de pessoas e abalou a economia do planeta. Nações ricas estão em colapso. Em
comum nessas duas crises aqui no estado, diria que apenas a determinação que tenho
de enfrentar com todas as minhas forças para proteger a população para que ela
sofra menos. É o que mais penso neste momento. Que pessoas consigam o
atendimento quando precisarem. Por isso precisamos achatar a curva de
contaminação. Para evitar que muitos fiquem doentes ao mesmo tempo e o sistema
de saúde não consiga atender a todos, como acontece em países ricos como a
Itália e a Espanha. O caminho ainda é longo para sairmos dessa crise, mas sei
que vamos vencer. Lutarei dia e noite por isso.
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