FOTO: Gustavo Simão As chuvas da
pré-estação e da estação chuvosa trazem um misto de sentimentos para o
cearense. É felicidade pelos açudes enchendo, preocupação pelos alagamentos e
também alarme para a proliferação do Aedes aegypti. O mosquito é vetor de
arboviroses conhecidas como dengue, chikungunya e zika, que podem ser mortais
se não identificadas cedo.
De 2017 a 2019, o Estado já
registrou 43.820 casos confirmados de dengue, 107.705 de chikungunya e 641 de
zika. Ainda, no ano passado foram registrados 17 casos graves e 13 óbitos por
dengue. Os dados são da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). Em 2019,
foram 15.110 casos de dengue, 1060 de chikungunya e 23 de zika.
O objetivo da Sesa para 2020 é
reduzir o número de ocorrências de arboviroses a partir do controle da
população de mosquitos da dengue. De acordo com Ricristhi Gonçalves,
coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde, a queda de
casos de dengue em 2018 se deu pelo engajamento da sociedade em evitar a
proliferação do mosquito.
Em 2017, o Ceará vivenciou
epidemia de dengue e chikungunya em decorrência da tripla circulação de
sorotipos. Como muitas pessoas não estavam imunes, foi fácil a doença se
espalhar. Já em 2019, o número de casos voltou a crescer, dessa vez pela
circulação do sorotipo 2, explica Ricristhi. Ainda assim, a quantidade de
contaminados estava dentro do esperado pela Sesa.
Para 2020, ainda é difícil
estimar o cenário de arboviroses que o Estado irá enfrentar: “Tudo depende da
distribuição das chuvas”, afirma a coordenadora. Caso as chuvas sejam mais
espaçadas, o ambiente é mais suscetível para proliferação; caso sejam longas,
fica mais difícil para o mosquito se reproduzir. Além disso, o sorotipo 2
continua em circulação, o que ameaça pessoas sem imunidade.
Combate popular ao mosquito é
solução
A melhor forma de reduzir as
ocorrências de arboviroses é evitar focos de mosquito da dengue. Ricristhi
recomenda a população a vistoriar as casas uma vez por semana, procurando
locais com acúmulo de água como lixos, pneus e vasos de plantas.
“Baldes, potes, quartinhas,
bacias, tambores e outros recipientes que guardam a água de beber e para outros
usos domésticos, assim como a caixa d’água, devem ser limpos e vedados
corretamente”, orienta.
Conforme a coordenadora, a
vistoria é mais eficaz que carros fumacês. Enquanto o fumacê apenas mata
espécies adultas, a vistoria impede a reprodução do mosquito.
(O Povo)
0 Comentários