Especialistas
detectaram uma grande mancha de óleo no litoral do Nordeste dois dias antes da
passagem do navio grego Bouboulina, apontado pela Polícia Federal como o
principal suspeito pelo vazamento. A imagem, encontrada pelo Laboratório de
Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade
Federal de Alagoas (Ufal), a 40 quilômetros do Rio Grande do Norte, levanta a
hipótese de que o petroleiro grego não seja o responsável pelo derramamento.
A
Delta Tankers, dona do navio, nega envolvimento. Segundo Humberto Barbosa,
coordenador do Lapis e responsável pela análise da imagem, a mancha detectada
teria 85 quilômetros de extensão por 1 quilômetro de largura. A imagem do
Sentinel 1A é do dia 24 de julho e mostra a mancha de um fluido, “possivelmente
associada a petróleo”, segundo os cientistas, seguida por dois navios, um maior
e outro menor. A embarcação de pequeno porte está mais próxima à mancha e
poderia ser a fonte do vazamento.
A embarcação detectada na imagem não pode ser
o petroleiro Bouboulina, segundo Barbosa. Outra imagem do satélite europeu
analisada pelo grupo de pesquisadores anteriormente revela que o navio grego só
passou pelo local dois dias mais tarde, em 26 de julho.
O laboratório da Ufal
também acompanhou todo o itinerário do navio grego, da Venezuela até a Malásia.
E sustenta que é improvável que seja o Bouboulina o causador do vazamento.
“Verificamos que, aparentemente, não houve paradas do navio durante o
percurso”, disse Barbosa.Em nota divulgada no sábado, a petroleira Delta
Tankers, responsável pelo Bouboulina, afirmou que não havia provas de que o
navio tivesse vazado óleo na costa do Brasil.
O texto informava também que não
havia indícios de que o navio tenha parado, realizado transferência de óleo
para outra embarcação, desacelerado ou desviado de rota. O comunicado dizia
ainda que toda a carga de óleo cru recebida na Venezuela foi entregue na
MalásiaOntem, a empresa informou que tem toda a documentação que comprova que o
Bouboulina não é o responsável pelo vazamento.
A Delta prometeu entregar o
material às autoridades.InvestigaçãoAo jornal O Estado de S. Paulo, o gabinete
de crise, que responde por Marinha, Ibama e PF, informou que não vai se
pronunciar sobre a investigação em andamento. O Estado também procurou a Hex
Tecnologias Geoespaciais, empresa que fez a análise por satélite do óleo e de
embarcações que circularam pela região, mas não conseguiu contato ontem. A
companhia foi a responsável por enviar informações à PF. Em nota em seu site, a
Hex afirma que “em nenhum momento atribuiu responsabilidades” pelo vazamento.As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Noticias ao minuto
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