A greve dos
caminhoneiros colocou em xeque a política de preços da Petrobrás e levou a
estatal a congelar o valor cobrado pelo diesel nas refinarias, mas os reajustes
diários da gasolina seguem a todo vapor. Ontem, o litro da gasolina tipo A
passou a R$ 2,0113 nas refinarias da Petrobrás, alta de 2,2% em relação aos
preços de quinta e Sexta-feira.
Foi a segunda
elevação seguida na gasolina, depois de cinco quedas. Ao longo da semana em que
os protestos dos caminhoneiros pararam estradas em diversos pontos do País, o
combustível acumulou redução de 6,4%. Com as elevações da última quinta-feira
até ontem, a alta acumulada ficou em 3%.
Em outubro de
2016, cinco meses após a chegada do ex-presidente Pedro Parente à Petrobrás, a
estatal anunciou mudanças em sua política de preços. Um comitê de executivos
foi formado apenas para definir valores, que passaram a ser alinhados aos
preços internacionais, incluindo a variação cambial.
A primeira
decisão do comitê foi por baixar os preços nas refinarias, já que, desde o
início de 2016, a cotação do barril de petróleo vinha em queda.
Até outubro
daquele ano, enquanto o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff provocava a
mudança do governo federal, a Petrobrás manteve seus preços, aproveitando para
engordar o caixa. Só que a redução dos preços lá fora incentivou distribuidoras
privadas a importar combustíveis, já que a Petrobrás, única produtora nacional
de derivados, comanda os preços domésticos. A estatal reduziu os preços para
não perder mercado.
Em julho de
2017, a Petrobrás introduziu os reajustes diários. A lógica da política ficou
mantida, conforme o anunciado em outubro de 2016, mas a estatal passou a
anunciar o valor nas refinarias a cada dia.
Não é
possível saber se os movimentos recentes na gasolina chegaram ao consumidor nos
postos, pois a Agência Nacional de Petróleo (ANP) ainda não publicou em seu site
o levantamento de preços referente à semana iniciada na última segunda-feira,
dia 28. Na semana até o sábado, dia 26, o litro da gasolina nos postos custava
R$ 4,435 na média nacional.
Segundo a
própria estatal, o preço na refinaria responde por 33% do valor na bomba.
Tributos federais são 15%, enquanto o ICMS, imposto estadual, pesa 28%, na
média nacional. O etanol adicionado à mistura da gasolina responde por 12%,
enquanto os outros 12% se referem às margens de distribuição e revenda desse
produto. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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