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Com R$ 70 milhões, 'você não compra nem picolé para ter criança no comício', diz ministro da Justiça

Ao participar de evento sobre eleições, Torquato Jardim criticou teto de gastos na campanha para Presidência da República aprovado pelo Congresso e sancionado por Michel Temer.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou nesta sexta-feira (6) que, com o teto de gastos aprovado pelo Congresso Nacional para a campanha presidencial em 2018, de R$ 70 milhões, o candidato "não compra nem picolé para ter criança no comício". Ele
No Rio, Jardim participou do evento "Eleições 2018: a democracia em debate", e criticou as mudanças promovidas pelos parlamentares na aprovação da reforma política.
"Com R$ 70 milhões para [financiar] a eleição de presidente da República, você não compra nem picolé para ter criança no comício. Com R$ 2,5 milhões [de limite] para [campanha de] deputado federal, o candidato não convence nem a família a votar nele", disse o ministro, provocando risos dos presentes.
Antes das novas regras aprovadas pelo Congresso, não havia limite de gastos nas campanhas.
A reforma política aprovada pelos parlamentares, e sancionada pelo presidente Michel Temer, estabeleceu limites de gastos para as campanhas, que deverão levar em consideração doações e recursos do fundo eleitoral:
Presidente: total de R$ 70 milhões para toda a campanha. E metade deste valor será o teto do 2º turno, se houver.
Governador: valores totais variam de R$ 2,8 milhões até R$ 21 milhões, de acordo com o número de eleitores do estado. O teto para 2º turno será a metade desses valores.
Senador: de R$ 2,5 milhões a R$ 5,6 milhões, de acordo com o número de eleitores do estado.
Deputado federal: R$ 2,5 milhões, independentemente do estado.
Deputado estadual: R$ 1 milhão, independentemente do estado.
Ao falar sobre as novas regras, o ministro disse que o desafio para as autoridades nas campanhas eleitorais é "controlar e tornar as fontes [de recursos] conhecidas" e "não proibi-las".
"Alguém acredita que o dono do posto de gasolina não vai dar uns litros (de combustível) de presente para o candidato amigo? O dono da padaria não vai dar os lanches do comício? Claro que isso vai continuar acontecendo. E o pior: o crime organizado do Rio de Janeiro estará livre para eleger quem quiser", ponderou Jardim.
Segundo Torquato Jardim, o brasileiro "tem vergonha de falar em dinheiro". "Desde a mais remota antiguidade, dinheiro vem casado com política e sexo", disse.

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