Só em relação aos governos regionais, o rombo chega a R$ 435 milhões, em agosto de 2024.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O setor público consolidado, que
é composto por União, estados, municípios e estatais – registrou um déficit de
R$ 21,4 bilhões em agosto. Os dados constam no último relatório de estatísticas
fiscais divulgado pelo Banco Central. Só em relação aos governos regionais, o
rombo chega a R$ 435 milhões.
Em meio a esse cenário e com
novos prefeitos assumindo a partir de janeiro de 2025, é lançado um desafio
para os gestores locais, segundo o especialista em orçamento público, Cesar
Lima. Para ele, enxugar a máquina pública é uma das medidas que precisam ser
tomadas.
“O déficit geralmente se
apresenta na forma de um crescimento de despesas obrigatórias, principalmente
em anos eleitorais, com as despesas de pessoal. Claro que há limitações para
isso, segundo a lei, mas muito provavelmente o que acontece é uma inflação da
máquina pública a fim de conseguir cabos eleitorais para os prefeitos que estão
tentando se reeleger. Quem entrar, ou mesmo aqueles que se reelegeram, a
primeira coisa que vão fazer vai ser enxugar a máquina pública a fim de ter de
volta sua capacidade de investimento”, considera.
Na avaliação do professor de
Ciências Econômicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Vladimir Maciel,
normalmente, o primeiro ano de mandato dos gestores eleitos costuma ser
desafiador.
"Os prefeitos vão ter pouca
margem de manobra para cumprir promessas de campanha. Os primeiros dois anos de
mandato vão ser de ajuste fiscal, caso eles queiram entregar alguma obra mais
no fim do mandato, alguma coisa de maior monta, porque nos dois primeiros anos
não vai ter de onde tirar", destaca.
Situação crítica em 2023
Em 2023, os municípios
brasileiros também se encontravam em situação delicada em relação ao cenário
fiscal. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 51% das
cidades estavam com o caixa no vermelho ao fim do primeiro semestre do ano passado.
À época, o cenário era pior nos
municípios de pequeno porte, dos quais 53% registravam déficit primário, isto
é, despesas maiores do que as receitas. Nos de médio e grande porte, esse
percentual era de 38%.
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