O presidente Lula (PT) disse nesta quinta-feira (21) que tem que agradecer por estar vivo, após a revelação da Polícia Federal de um plano golpista em 2022 que planejava assassiná-lo.
Lula expressa gratidão por estar vivo após plano de assassinato revelado pela PF, destacando a importância da estabilidade política no Brasil.
Lula se pronunciou pela primeira vez sobre a tentativa de matá-lo. | Ricardo Stuckert/PR
"Sou um cara que tem que
agradecer agora muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de envenenar eu e
o [Geraldo] Alckmin não deu certo, estamos aqui", disse.
Esta foi a primeira declaração
de Lula sobre o episódio, relevado por operação da PF deflagrada na última
terça-feira.
O presidente disse ainda que é
preciso construir país "sem perseguição, sem estímulo do ódio, sem
estimulo da desavença".
Lula prosseguiu com recados ao
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado na condição de mentor nas
iniciativas golpistas: "Não quero envenenar ninguém, não quero nem
perseguir ninguém. Quero é que, quando terminar meu mandato, a gente
desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós".
"Quero medir com números
quem fez mais escolas nesse país, quem cuidou mais dos pobres, quem fez mais
estrada, mais ponte, mais salário mínimo. Isso que quero medir, isso que conta no
resultado da governança", afirmou.
A declaração foi feita durante
cerimônia de divulgação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de
Rodovias, no Palácio do Planalto.
Em sua fala, Lula mencionou
ainda a importância de investimentos privados com públicos, sobretudo em
infraestrutura. Em meio a expectativas de anúncio do pacote de corte de gastos,
o presidente disse também que quer o país com estabilidade fiscal e citou
"malandros que levantam dúvidas para ganhar dinheiro".
"Quero devolver esse país
com aquilo que dizia na campanha, criar estabilidade econômica. Quero ter
estabilidade fiscal, ter estabilidade jurídica. Quero ter previsibilidade nas
coisas que vão acontecer. Daqui para a frente, qualquer empresário que quiser
fazer qualquer investimento e qualquer coisa nesse país, ele sabe que não vai
ser contido pelos malandros que levantam dúvida para ganhar dinheiro",
afirmou.
A PF realizou na terça-feira
(19) uma operação que prendeu cinco suspeitos de atuar em um plano de golpe de
Estado no Brasil, no fim de 2022, que envolveria matar o petista, Alckmin e o
ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
As informações divulgadas pela
PF nesta terça apontam pela primeira vez para um plano operacional de golpe de
Estado articulado por integrantes do governo Bolsonaro.
Fases anteriores da
investigação já haviam indicado discussões sobre minutas golpistas e pressões
para os chefes das Forças Armadas apoiarem uma ruptura institucional.
Integrantes do governo, apesar
de saberem das intenções golpistas de adversários para que não assumissem o
posto em 2023, foram pegos de surpresa com o plano de assassinato.
Após o evento nesta
quinta-feira (21), o ministro Renan Filho falou sobre tema, e relacionou o fato
de o Brasil receber menos investimentos com a instabilidade política pelo
governo antecessor.
"Lula disse, em seu
discurso, que quando se reelegeu, a principal promessa que ele fez ao povo
brasileiro foi resgatar a normalidade democrática. Resgatar o cumprimento do
papel das instituições", disse.
"E isso certamente é muito
relevante no sentido de garantir um ambiente propício para o investimento
privado. Porque ninguém investe o seu recurso num país que ataca as suas
próprias instituições. Que estimula briga, que planeja golpe. Muito menos ainda
que planeja até assassinar os seus próprios líderes democraticamente eleitos.
Por isso é que o Brasil tinha menos capacidade de receber investimentos num
período muito recente agora do passado", completou.
Autor:Marianna Holanda e André
Borges/Folhapress
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