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G20: Brasil lança oficialmente Aliança Global contra Fome.

O Brasil lança oficialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza nesta segunda-feira (18), no evento de abertura da cúpula de chefes de Estado do G20, no Rio de Janeiro.

A Argentina, que vem travando uma ofensiva contra as agendas da presidência brasileira no G20, não está na lista de apoiadores.

A Argentina, que vem travando uma ofensiva contra as agendas da presidência brasileira no G20, não está na lista de apoiadores. | Ricardo Stuckert/Presidência da República

A iniciativa conta com 147 membros fundadores, sendo 81 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, 9 instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.

A Argentina, que vem travando uma ofensiva contra as agendas da presidência brasileira no G20, não está na lista. O país presidido pelo ultraliberal Javier Milei é o único do bloco das maiores economias que não aderiu ao projeto contra a fome.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem como meta que o plano articule programas sociais com potencial de alcançar 500 milhões de pessoas em países de baixa e média baixa renda até 2030. Internamente, a iniciativa é considerada o principal legado do mandato brasileiro ao fórum.

O processo de adesão dos países foi aberto em julho, quando a iniciativa foi apresentada pelo governo Lula na força-tarefa dedicada ao tema. Brasil e Bangladesh puxaram a fila de adesões, seguidos por diversas outras nações. Até a véspera da cúpula, a Aliança contava com a aderência pública de 41 países, entre eles Canadá, Estados Unidos, Egito, Chile, Somália e Zâmbia.

Além de governos, também integram a lista de participantes organizações internacionais, bancos multilaterais e outras entidades. Também está aberta a possibilidade de um país endossar a iniciativa, sem necessariamente aderir a ela.

 

O objetivo do projeto idealizado pela presidência brasileira no G20 é dar uma dimensão internacional ao combate às desigualdades sociais –uma das três principais agendas de Lula no fórum que reúne as principais economias do mundo.

Um dos pilares da proposta se apoia em uma espécie de repositório de políticas de assistência social consideradas exitosas, ao qual países interessados poderão recorrer para desenvolver medidas semelhantes em seus territórios.

O país se coloca em uma posição de liderança nesse processo, aproveitando a imagem internacional do presidente Lula como líder comprometido com a redução das desigualdades e o histórico de políticas sociais em larga escala no país. O Bolsa Família, marca das administrações petistas, serve de vitrine para ações globais.

Além de ações de transferência de renda, a Aliança inclui planos como expansão de merendas escolares em países com fome e pobreza infantil endêmica, iniciativas em saúde materna e de primeira infância e programas de inclusão socioeconômica, com foco em mulheres.

Só no Brasil, 8,4 milhões de pessoas passaram fome entre 2021 e 2023, segundo estudo da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e de outras agências da ONU.

A Aliança Global Contra a Fome e Pobreza terá uma governança própria, vinculada ao G20. Durante as negociações, o governo Lula se comprometeu a repassar R$ 50 milhões para o secretariado da iniciativa. O Brasil contará com contribuições adicionais de países como Noruega, Portugal e Espanha.

Além disso, a Aliança realizará cúpulas regulares contra a fome e a pobreza e estabelecerá um conselho de campeões de alto nível para supervisionar seu trabalho. De acordo com a presidência brasileira do G20, a estrutura completa de governança deverá estar em operação até meados de 2025.

LISTA DE PAÍSES FUNDADORES DA ALIANÇA CONTRA FOME

Alemanha

Angola

Antígua e Barbuda

África do Sul

Arábia Saudita

Armênia

Austrália

Bangladesh

Benin

Bolívia

Brasil

Burkina Fasso

Burundi

Camboja

Chade

Canadá

Chile

China

Chipre

Colômbia

Dinamarca

Egito

Emirados Árabes Unidos

Eslováquia

Estados Unidos

Espanha

Etiópia

Filipinas

Finlândia

França

Guatemala

Guiné

Guiné-Bissau

Guiné Equatorial

Haiti

Honduras

Índia

Indonésia

Irlanda

Itália

Japão

Jordânia

Líbano

Libéria

Malta

Malásia

Mauritânia

México

Moçambique

Mianmar

Nigéria

Noruega

Países Baixos

Palestina

Paraguai

Peru

Polônia

Portugal

Quênia

Reino Unido

República da Coreia

República Dominicana

Ruanda

Rússia

São Tomé e Príncipe

São Vicente e Granadinas

Serra Leoa

Singapura

Somália

Sudão

Suíça

Tadjiquistão

Tanzânia

Timor-Leste

Togo

Tunísia

Turquia

Ucrânia

Uruguai

Vietnã

Zâmbia

União Africana

União Europeia

Autor:Nathalia Garcia e Renato Machado/Folhapress

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