O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), foi reeleito para o cargo neste domingo (27), no segundo turno das eleições municipais.
No primeiro turno, Cícero Lucena obteve 49,16% dos votos válidos, ficando perto da vitória, enquanto Marcelo Queiroga recebeu 21,77% dos votos válidos.
Com 99,94% das urnas apuradas,
Cícero tinha 63,91% dos votos válidos, ante 36,09% de Marcelo Queiroga (PL),
derrotado na eleição.
Acompanhe a apuração do 2º
turno em João Pessoa O resultado consagra o quarto mandato de Cícero Lucena à
frente do Executivo em João Pessoa. Anteriormente, ele foi prefeito por dois
mandatos de 1997 a 2005, além da atual gestão, iniciada em 2021. O
vice-prefeito reeleito é Léo Bezerra (PSB).
No primeiro turno, Cícero
Lucena obteve 49,16% dos votos válidos, ficando perto da vitória, enquanto
Marcelo Queiroga recebeu 21,77% dos votos válidos.
Desde o início da campanha
eleitoral, Cícero Lucena liderava as pesquisas de intenção de voto. O
favoritismo ficou ameaçado na reta final do primeiro turno após a deflagração
da operação Território Livre, da Polícia Federal, que investiga a suspeita de
envolvimento de facções criminosas na eleição da capital paraibana e o
aliciamento violento de eleitores.
A primeira-dama de João Pessoa,
Lauremília Lucena, foi presa a uma semana do primeiro turno e solta três dias
depois.
As investigações indicam a
existência de um possível esquema criminoso em que integrantes da prefeitura
viabilizavam a nomeação de servidores comissionados indicados por membros de
facções. Em contrapartida, o grupo do prefeito receberia o apoio político e
controle de territórios nas eleições.
No inquérito da Polícia
Federal, a primeira-dama é apontada como responsável por gerenciar os pedidos
dos cargos e contratações na prefeitura, onde não tem cargo oficial.
Cícero e Lauremília sempre
negaram participação em irregularidades. A primeira-dama afirmou que vai provar
a sua inocência na Justiça.
A operação da PF tornou-se o
principal assunto da campanha eleitoral em João Pessoa. Ainda no primeiro
turno, os candidatos Ruy Carneiro (Podemos), Marcelo Queiroga (PL) e Luciano
Cartaxo (PT) se juntaram e pediram uma investigação sobre o caso, antes das
diligências da Polícia Federal.
Por causa da união dos
opositores, incluindo petista e bolsonarista, o entorno do prefeito passou a
apontar uma suposta armação política contra a sua campanha.
Representante do bolsonarismo
na eleição, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga contou com a participação
de Jair Bolsonaro durante a campanha do segundo turno. O ex-presidente foi a
João Pessoa e participou de uma carreata com o seu ex-auxiliar.
Para o segundo turno, Queiroga
recebeu o apoio do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos), terceiro colocado
no primeiro turno com 16,71%.
Por sua vez, o PT rachou em
relação ao apoio do segundo turno. O ex-prefeito Luciano Cartaxo, que acabou em
quarto lugar com 11,77%, declarou neutralidade em relação à disputa entre
Cícero e Queiroga.
A direção nacional do PT,
porém, declarou apoio a Cícero Lucena. A decisão acontece para se opor ao
bolsonarismo, apesar de o PP ter integrado a coligação de Bolsonaro nas
eleições de 2022. Na Paraíba, entretanto, uma ala do PP tem proximidade com o
presidente Lula.
O atual prefeito de João Pessoa
é aliado do governador João Azevêdo (PSB). Sua vitória representa também um
êxito para o grupo político do gestor estadual, que pode disputar o Senado nas
eleições de 2026.
O PP, partido de Cícero, é
também a sigla do vice-governador Lucas Ribeiro, sobrinho do deputado federal
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e filho da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). Caso
João Azevêdo saia do governo para disputar o Senado, Lucas assumiria como
governador e poderia disputar a reeleição.
Autor:José Matheus
Santos/Folhapress
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