Um vereador de Tianguá, no interior do Ceará, é investigado por supostamente induzir o suicídio e violentar psicologicamente a ex-mulher dele, empresária Lisdaina Aguiar. Ela foi encontrada morta no dia 21 de agosto. Nesta quarta-feira (4), um pedido de cassação contra o ex-marido dela, o vereador Juliano Magalhães Coelho, foi aceito na Câmara Municipal de Tianguá.
A Polícia Civil informou que
investiga a morte da mulher, que tinha 37 anos. Lisdayanne, como era conhecida
a vítima, foi achada morta na própria loja. O g1 entrou em contato com o
vereador Juliano Magalhães Coelho, conhecido como Juliano Importados, mas não
obteve retorno até a publicação desta reportagem.
“O caso foi noticiado
inicialmente como suicídio. A Polícia Civil investiga se o caso teve
induzimento, auxílio e/ou instigação ao suicídio e se a mulher sofria violência
psicológica por parte do ex-companheiro”, disse a Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) em nota.
Juliano é vereador de Tianguá
pelo Partido Progressista (PP), e concorre à reeleição. Na última quarta-feira
(4), os parlamentares da Câmara Municipal aceitaram as denúncias feitas contra
ele — assinadas por familiares de Lisdayanne. Dos 15 vereadores, 11 votaram
pela aceitação da denúncia.
Após a morte, moradores de
Tianguá realizaram uma manifestação cobrando justiça pelo caso (veja no vídeo
abaixo). O principal argumento é que o vereador teria induzido a morte da
ex-mulher.
Manifestação após morte da
empresária Lisdayanne Aguiar, em Tianguá, percorreu a cidade.
Na denúncia feita à Câmara de
Tianguá, os familiares de Lisdaina argumentam que a conduta do vereador, ao
supostamente envolver-se em ações que teriam levado uma cidadã ao suicídio, é
incompatível com a dignidade do cargo de vereador e caracteriza evidente quebra
de decoro parlamentar.
“O artigo 122 do Código Penal
Brasileiro tipifica como crime as ações de induzir, instigar ou prestar auxílio
para que alguém cometa suicídio. A pena para esse crime é de reclusão de dois a
seis anos, se o suicídio se consuma ou resulta em lesão corporal de natureza
grave”, disse o documento.
O texto do documento argumentou
ainda que o dolo eventual pode acontecer devido à possibilidade de assumir o
risco iminente, mesmo sem a intenção de causá-lo; e fala ainda que o vereador
tinha ciência do estado emocional e psicológico abalado da vítima.
O casal manteve um relacionamento
durante 20 anos, e ambos tiveram uma filha, que atualmente tem 16 anos. A
família de Lisdayanne alegou que a empresária passou por diversos episódios de
violência psicológica, como traições e humilhações por parte do vereador.
Marcelo Aguiar, irmão de
Lisdayanne, informou que chegou a acompanhá-la em uma consulta com um
psiquiatra em Sobral, principal município da região norte do Ceará.
"Ele [vereador] sabia do
ponto fraco dela [...] Ela foi muito humilhada antes de ela cometer isso. E ela
foi muito pressionada", disse Marcelo, que também é empresário.
Por g1 CE
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