Faltam poucos dias para as Olimpíadas de Paris em 2024. A abertura ocorre no dia 26 de julho e nesta quarta-feira (3), a contagem regressiva marca 23 dias para o início dos Jogos.
Nas Olimpíadas de Paris, Marta deverá participar de seu último grande torneio mundial com a camisa da Seleção Brasileira. No entanto, o foco não deverá ser na despedida da craque.
Marta foi convocada para a Seleção Olímpica que vai disputar o ouro em Paris 2024 | Thais Magalhães/CBF
Ao anunciar a convocação para a
Olimpíada de Paris, o técnico da seleção feminina, Arthur Elias, demonstrou uma
abordagem pragmática em relação à preparação: evitar desvios de foco da
preparação do time.
Por isso, ele entende que não
se deve dar um foco na despedida de Marta do time brasileiro, nem peso para a
medalha nos Jogos como marco para o esporte no país.
Aos 38 anos, a jogadora
brasileira por mais vezes eleita a melhor do mundo, fará a sua última
competição de grande porte pela seleção brasileira em Paris.
Não foi chamada por Arthur
Elias por sua carreira histórica: o treinador a vê em grande forma. Lembrou que
é atualmente uma das principais figuras do Orlando Pride, na liga
norte-americana. E assim respondeu sobre a despedida da jogadora:
"A Marta, o que ela mais
quer no futebol? É o que a gente vai buscar. Mas sem precisar ligar isso a todo
momento (despedida). Por que isso foge o foco, né? O sentimento é muito bonito,
ele é individual, mas também compartilhado. A gente precisa? Ela sabe disso.
Está (Marta) voltando a uma grande forma. A gente precisa jogar futebol. Essas
questões são muito mais para vocês para colocar para o torcedor e por respeito
a maior atleta de todos os tempos. A seleção vai trabalhar da melhor forma para
conseguir seu objetivo, que, se conseguir, vai premiar todas as
jogadoras", disse o treinador.
O discurso de privilégio ao
coletivo do treinador não o impede de reconhecer o papel de referência de Marta
dentro do grupo. "Soma muito, maior atleta de todos os tempos. Está
jogando bem. Acima de tudo o comportamento na fase sem bola faz com que vejam
um exemplo ali dentro", acrescentou.
A postura do treinador é de
buscar por um resultado rápido relevante para seu trabalho, que chega a 10
meses na seleção. Por isso, seu foco na competitividade do time, seja na
convocação, seja no discurso.
Ao mesmo tempo, Elias quer
tirar das jogadoras o peso de que o desenvolvimento do futebol feminino depende
de uma medalha. Para ele, há um equívoco nessa leitura:
"Não tem que entrar
achando que vão mudar o futebol feminino do país porque vão vencer, ganhar uma
medalha. Isso é errado. Depois, vem uma enxurrada de críticas se o resultado
não vem. Cria-se uma expectativa alta, que não se realiza. É algo que não é
produtivo. Há muito julgamento e percepção que não tem embasamento. A gente não
dá bola para isso. Tem que focar jogo a jogo", concluiu.
De certa forma, Elias tenta
tirar fatores extracampo da cabeça das jogadoras para que se foquem em
construir uma seleção competitiva nesta nova fase:
"A gente vai fazer o que a
seleção brasileira precisa fazer. Entrar com foco, entendendo bem o que precisa
ser feito. Crescer na competição. Ter competência para evoluir".
Autor:Adams Mercês--
Fonte:Folhapress
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