O conselho de administração da Petrobras confirmou nesta sexta-feira (24) a nomeação de Magda Chambriard à presidência da estatal, encerrando um conturbado processo de sucessão que derrubou as ações da companhia por duas ocasiões nos últimos meses.
Magda Chambriard é confirmada como nova presidente da Petrobras, após nomeação por Lula, em meio a debates sobre política de dividendos e gestão.
![]() |
Magda assina termo de compromisso | Foto: André Ribeiro/Agência Petrobras |
Segundo a estatal, a executiva
tomou posse como conselheira e presidente da Petrobras nesta sexta. A empresa
defende que não é necessária a realização de assembleia de acionistas para
confirmar seu nome, como queriam alguns acionistas privados.A votação de sua
nomeação à presidência da companhia recebeu um voto contrário, do conselheiro
Francisco Petros, e uma abstenção, de Marcelo Gasparino. Ambos são
representantes de acionistas minoritários.
Magda foi indicada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituir Jean Paul Prates,
demitido na semana passada após longo processo de fritura, que ganhou força
após sua abstenção em votação sobre dividendos extraordinários sobre o lucro de
2023.
Prates não acompanhou a
proposta do governo para reter os dividendos, alegando que precisava defender a
proposta feita por sua diretoria para a distribuição de 50% do valor. Foi
criticado publicamente pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira,
sobreviveu por algumas semanas mas acabou demitido.
QUEDA NA BOLSA
As ações da empresa sofreram
dois grandes baques nesse período. No primeiro, após a decisão de reter os
dividendos, a empresa perdeu R$ 55 bilhões em valor de mercado em apenas um
dia. No segundo, após a demissão de Prates, as perdas foram de R$ 55,7 bilhões
em três dias.
A alta rotatividade no comando
da empresa, que teve oito presidentes nos últimos oito anos, é criticada pelo
mercado como um sinal de ingerência política que provoca instabilidade no preço
das ações. Há receio, também, sobre a busca de um perfil mais expansionista
para a empresa.
"O perfil dela estará
completamente alinhado às expectativas do governo e este, por sua vez, quer a
Petrobras maior, gastando mais e distribuindo menos o lucro", diz
Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe da Laatus. "Na prática, a Petrobras
com certeza pagará menos dividendos."
Em nota, a FUP (Federação Única
dos Petroleiros) afirma ter a expectativa de que "a Petrobras siga
cumprindo o programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo
um agente do desenvolvimento econômico e social do país, indutora de emprego e
renda".
CELERIDADE
Magda havia sido cotada para
presidir a estatal ainda durante a transição, mas acabou perdendo a vaga.
Agora, chega à Petrobras com a missão de dar celeridade às entregas do
bilionário plano de investimentos da estatal e mostrar resultados antes da
eleição presidencial de 2026.
A lista de projetos
prioritários para o governo inclui recompra de refinarias, encomendas a
estaleiros nacionais, e apoio à criação de polo gás-químico em Minas Gerais,
base eleitoral do ministro Silveira.
Magda é ex-funcionária da Petrobras e comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no governo Dilma Rousseff (PT). É formada em engenharia, com especialização e reservatórios e produção de petróleo.
A agora presidente da Petrobras
já vinha frequentando a empresa nos últimos dias, para encontros com a gestão
da empresa em uma espécie de processo de transição. Ela ainda não deu
entrevistas à imprensa.
Autor:Nicola Pamplona
(Folhapress)
0 Comentários