O Brasil está levando a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a maior delegação da COP28. Segundo registros oficiais da ONU contabilizados pela reportagem, são 1.337 inscritos, encabeçados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Número é quase o dobro do 2º colocado, a Índia, com 725, e reflete maior COP da história.
Presidente Lula e a primeira dana, Janja em Dubai para a COP28 | Foto: Abdulla Al Neyadi
Entre os 24.488 nomes das delegações de 195 nações, o Brasil responde por 5,5% do total. Segundo o Itamaraty, a delegação oficial do governo, entre autoridades e funcionários, é de cerca de 400 pessoas.
A lista registrada na ONU, no entanto, inclui políticos dos níveis federais, estaduais e municipais, tanto do Executivo quanto do Legislativo. Aparecem ainda assessores, técnicos, profissionais de mídia e os mais variados especialistas.
Assim, os 1.337 brasileiros são quase o dobro dos 725 nomes da comitiva indiana, a segunda colocada no número de inscritos -e três vezes mais que os da Turquia, sexto país na lista, com 452 nomes.
Em relação às duas nações que lideram a poluição do planeta, o Brasil aparece com seis vezes mais pessoas que a China (216 delegados) e quase nove vezes o número dos Estados Unidos (159).
"O Brasil é representado por delegação ampla na COP28, que inclui integrantes dos governos federal, estaduais e municipais, além de membros da sociedade civil, do setor empresarial e da academia. Os governo federal cobre apenas gastos de participação de representantes da administração pública federal, que podem ser consultados no portal da transparência", disse, em nota, o Itamaraty.
No outro extremo, a menor delegação da COP28 é a da Coreia do Norte, com apenas duas pessoas. Mais quatro países aparecem com menos de dez nomes: Moldávia, Eritreia, Liechtenstein e Nicarágua.
Muitos dessas nações estão representadas por seus presidentes ou primeiros-ministros, caso de Pedro Sánchez, da Espanha, e Narendra Modi, da Índia, ou mesmo por reis, como Charles 3º do Reino Unido.
A participação dos países, no entanto, não se resume aos delegados inscritos. Em uma segunda lista, referente apenas à sociedade civil, que inclui empresas, universidades e associações diversas, há outros 1.744 nomes do Brasil. Assim, somados, são 3.081 brasileiros inscritos no sistema da ONU.
Considerando esses participantes de fora das delegações oficiais, a liderança do ranking fica com os Emirados Árabes Unidos, os anfitriões da COP28. Eles inscreveram no evento quase 5.000 convidados para além da delegação oficial, de 620 pessoas.
A COP28 em Dubai é maior que já houve. Incluídas as delegações, a sociedade civil, as ONGs, os convidados, a imprensa e demais grupos, há 97 mil nomes na lista oficial da ONU. O número exato de pessoas presentes, no entanto, ainda não foi divulgado pela organização, que, antes do evento, estimava o público em 70 mil.
No ano passado, no Egito, a COP27 havia reunido 45 mil participantes, e o Brasil, uma delegação com 570 credenciados.
Ao menos 12 ministros do governo Lula devem participar da cúpula, que vai até o dia 12 de dezembro: Marina Silva (Meio Ambiente), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Rui Costa (Casa Civil), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Jader Filho (Cidades), Celso Sabino (Turismo) e Cida Gonçalves (Mulheres).
O estande oficial do Brasil no evento tem 400 m2. Nele está prevista uma programação de 120 eventos divididos em dois auditórios.
Neste ano, não há o Brazil Climate Action Hub, estande que organizações da sociedade civil criaram em 2019, quando o governo Jair Bolsonaro (PL) decidiu que não levaria um pavilhão brasileiro à COP.
Em 2023, as ONGs aceitaram o convite do governo Lula para que suas agendas fizessem parte do pavilhão oficial. Já o consórcio dos governadores dos estados da Amazônia Legal mantém, assim como em 2022, um estande próprio, chamado de Hub Amazônia, com 100 m².
Além deles, pela primeira vez, a
CNI (Confederação Nacional da Indústria) tem um estande próprio na COP28.
Autor:Ivan Finotti / Folhapress
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