Após semanas de impasse que quase deixaram o Ceará sem os valores das emendas de bancada no Orçamento da União, houve acordo sobre como aplicar os mais de R$ 300 milhões. Desse total, R$ 133.917.910,80 milhões vão para tratamento oncológico do Estado, solicitado pelo governador Elmano de Freitas (PT) com objetivo de reduzir o tempo de espera e ampliar a rede de atendimento.
Todos
os parlamentares destinaram algum valor para essa finalidade. Elmano havia
pedido R$ 158 milhões das emendas de bancada. No total, os parlamentares
cearenses destinaram R$ 181.962.553,94 milhões para a saúde do Ceará.
As
emendas de bancada, diferentemente das individuais, existem com intenção de
fazer investimentos definidos de forma coletiva. Porém, os parlamentares do
Estado passaram a ratear o valor e definir individualmente como usar a verba,
como se fossem emendas individuais extras. Para destinar essas emendas, são
necessárias as assinaturas de 17 deputados federais, dos 22, e 2 dos 3
senadores.
Sem
acordo para alcançar os valores pedidos por Elmano para tratamento oncológico,
os dois senadores governistas, Cid Gomes (PDT) e Augusta Brito (PT),
recusaram-se a assinar, ameaçando deixar o Ceará sem o dinheiro. Com o
entendimento, toda a bancada de deputados e senadores assinou as emendas,
informou o coordenador da bancada, deputado Eduardo Bismarck (PDT).
"Essa
é uma conquista do diálogo, da política e principalmente da bancada federal que
sai deste processo mais unida e fortalecida", afirmou o parlamentar.
Bismarck
também agradeceu os deputados e senadores. Além disso, ele informou que serão
aplicados valores que podem superar R$ 400 milhões, além da saúde, em outras
áreas para o Estado.
Após
o acordo, Elmano agradeceu os parlamentares cearenses pelo entendimento final e
fez questão de citar, Augusta e Cid. "Eu quero publicamente agradecer aqui
à senadora Augusta, ao senador Cid e à bancada federal em nome do nosso
coordenador, Eduardo Bismarck, pelo entendimento que nós construirmos na emenda
de bancada", declarou na tarde de ontem em solenidade no Centro de
Eventos.
E
prosseguiu: "Nós vamos interiorizar o tratamento do câncer. É um sonho que
o nosso povo tem de nós superarmos ou diminuirmos o sofrimento da população que
tinha que se deslocar até Fortaleza para fazer um tratamento. E a partir da
implantação desse projeto, nós teremos isso feito na região do próprio cidadão
e da cidadã".
A
senadora Augusta Brito, junto de Cid a única a não assinar a ata no prazo por
ainda exigir mais recursos para o tratamento de câncer, afirmou que "teve
que apelar" para ser entendida a importância.
"E
eu quero aqui dizer que não é uma coisa individual, não foi uma decisão minha,
é da bancada como um todo, mas eu realmente tinha que fazer, pedir e apelar
para que todos pudessem também entender dessa importância, como assim
foi", disse ao O POVO.
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