Diante da crise interna ocasionada pela disputa da presidência estadual do PDT no Ceará, a Executiva Nacional do partido aprovou nesta segunda-feira, 3, por sete votos favoráveis e nenhum contrário, uma intervenção para decidir as ações da gestão estadual da sigla.
Decisão ocorreu com sete votos favoráveis e nenhum contrário.
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Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados |
A decisão ocorreu após reunião, em Brasília, com representantes do diretório nacional. “No direito administrativo, é transferência de uma competência de uma instância inferior para instância superior”, explicou o deputado André Figueiredo (PDT), que ocupa as presidências estadual e nacional do partido, logo após o encontro.
O episódio mais recente do impasse interno que vive o partido no Estado foi ocasionado após a convocação de uma reunião do diretório estadual, em Fortaleza, feita por um grupo dissidente da sigla. O documento é assinado por 53 filiados e coloca em pauta a eleição da nova executiva.
“Houve uma convocação ilegal de uma reunião do diretório para destituir a atual Executiva. Não existe previsão estatutária, em nenhum local, que justificasse essa convocação, e consequentemente a Direção Nacional avocou para si a gestão do PDT no Ceará, neste momento, onde existem esses imbróglios esperando ser superados”, disse Figueiredo, que tem mandato a cumprir até o fim de 2023.
O pedetista classificou a decisão como “uma resposta à altura” a tentativa de realizar novas eleições para a direção do PDT. “Foi acionada a executiva nacional para que nós pudéssemos realmente sanar esse vício que poderia trazer consequência imprevisíveis”, disse.
O impasse contrapõe dois grupos no Ceará. De um lado há os apoiadores de Cid Gomes (PDT), que quer assumir a presidência estadual da sigla. O senador faz parte dos que são favoráveis a uma reaproximação com o PT, após o racha nas eleições de 2022. Essa recomposição ocorreria pelo apoio petista ao prefeito de Fortaleza José Sarto (PDT), considerado candidato natural à reeleição em 2024. Em troca, pedetistas passariam a fazer, oficialmente, parte da base do governo Elmano (PT) na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Em contrapartida, políticos mais próximos a Ciro Gomes (PDT) e ao ex-prefeito da Capital Roberto Cláudio (PDT), que disputou o Palácio da Abolição no ano passado e tem se colocado como oposição à atual gestão, defendem que a sigla mantenha distância do PT. “Não podemos achar que membros de outros partidos possam ter ingerência nos caminhos do PDT, como foi feito em 2022″, ressaltou Figueiredo, corrigindo logo em seguida: “Como foi tentado fazer em 2022”.
Ciro Gomes participou do encontro de maneira virtual. Além dele, estiveram presentes parlamentares pedetistas licenciados e em exercício como os deputados estaduais Evandro Leitão (presidente da Alece), Guilherme Landim, Jeová Mota, Lia Gomes, Marcos Sobreira, Osmar Baquit, Jeová Mota, Romeu Aldigueri e Salmito. Entre os nomes da bancada federal, estavam presentes Robério Monteiro, Eduardo Bismark e Ana Paula.
“Não esperava que houvesse essa
mobilização, até porque se a gente quisesse trazer os parlamentares municipais,
o prefeito de Fortaleza, que representa um terço dos cearenses, certamente
viria, mas acho que era um caso intrapartidário. Um caso onde nós teríamos sim
que ouvir a instância superior ao diretório estadual”, ressaltou Figueiredo.
Israel Gomes
politica@ootimista.com.br
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