A Polícia Federal questionou Jair Bolsonaro (PL) sobre mensagens golpistas que teriam sido enviadas diretamente a ele pelo militar da reserva e ex-deputado estadual Ailton Barros (PL-RJ). O ex-presidente depôs nesta terça (16) no inquérito que apura fraudes em seu cartão de vacina.
Mensagens golpistas teriam sido enviadas diretamente ao ex-presidente pelo militar da reserva e ex-deputado estadual Ailton Barros.
Ailton e Bolsonaro: contatos umediatos | Reprodução
A PF quebrou
o sigilo telemático do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Mauro
Cesar Cid.
Com isso,
identificou prints enviados por Ailton Barros a Cid que seriam de mensagens que
ele teria enviado a Bolsonaro, identificado como o contato "PR01".
No texto que
Ailton disse a Cid ter enviado ao "PR01", ele teria informado a
Bolsonaro que grupos golpistas tentaram sondá-lo para saber a postura de
Bolsonaro a respeito de um movimento que estaria sendo organizado para o dia 31
de março de 2022.
A ideia seria
acampar em Brasília "até os 11 ministros do STF saírem de suas
cadeiras!". Ailton afirma que tinha dado "uma desculpa" para
encerrar a ligação.
E seguiu:
"Dá pra operar nestes Gp(s) [grupos] para as pautas deles serem do meu
interesse. Ex: pau no corno do Xandão sempre [referindo-se a Alexandre de
Moraes]; bicha velha pelancuda na questão das urnas eletrônicas; impeachment do
corno do Xandão que está engavetado no Senado. Coloco nas pautas. Se quiser dou
uma esticada aí acerto estas pautas e libero...".
Em outra
mensagem ao "PR01", Ailton diz: "Bom dia! PR quer que eu ligue
ou já safou?". Na mensagem seguinte, escreve: "Apaguei pq já peguei
orientação com o Cidinho".
Bolsonaro
afirmou à PF que mantinha contatos esporádicos com Ailton que se intensificavam
apenas em época de eleições.
Respondeu
também que não participou ou orientou qualquer ato de insurreição ou subversão
contra o Estado de Direito, e que não tinha conhecimento de qualquer
"orientação" feita por Mauro Cid a Ailton Barros.
Bolsonaro
afirmou desconhecer ainda que Ailton estivesse tentando tramar um golpe para
mantê-lo no poder, e afirmou que o ex-candidato não "possui liderança para
arregimentar pessoas para qualquer ato".
Disse também
que não concordava com tratativas nesse sentido.
Autor:Mônica Bergamo/Folhapress
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