O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (6), que não vai revogar, mas aperfeiçoar o novo ensino médio, implementado na gestão do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
Presidente afirmou que a suspensão de 60 dias foi adotada para abrir diálogo com setores da educação.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Reprodução/ Redes Sociais
"Esse
programa educacional do ensino médio, tal como estava tentando aprimorar. Não
vamos revogar. Suspendemos e vamos discutir com todas as entidades interessadas
em discutir como aperfeiçoar o Ensino Médio desse país", disse.
"E
nós vamos suspender por um período até a gente fazer acordo que deixe todas as
pessoas satisfeitas com ensino médio nesse país. Não foi revogada. Foi suspensa
para que a gente rediscuta com a sociedade brasileira ligada a educação o que
que a agente quer para o novo ensino médio", completou.
A
declaração do mandatário foi feita durante café da manhã com jornalistas na
manhã desta quinta no Palácio do Planalto.
Pressionado
por críticas crescentes de
educadores e estudantes, o governo Lula suspendeu a
implementação do novo ensino médio em uma portaria
publicada no Diário Oficial da União desta semana. A mudança também barra
alterações previstas para adequar o Enem.
O
discurso de Lula reverbera com o do ministro da Educação, Camilo Santana. Ele
disse que haverá ajustes no modelo, mas que não há planos para a revogação da
medida, como cobram entidades estudantis.
A
suspensão foi decidida, em grande parte, como forma de amenizar o desgaste que
o governo tem sentido com o movimento que pede a revogação da reforma, em vigor
desde o ano passado.
A
decisão do governo vai afetar até 2,9 milhões de estudantes, como mostrou a
Folha de S.Paulo.
O
novo ensino médio foi aprovado em 2017, no governo Michel Temer (MDB), por
medida provisória, e o cronograma de implementação foi definido durante o
governo Bolsonaro.
Em
linhas gerais, a política reformulou a grade curricular dos anos finais da
educação básica, de forma a prever que 40% da carga sejam destinados a
disciplinas optativas organizadas dentro de grandes áreas do conhecimento, os
chamados itinerários formativos. Assim, as disciplinas tradicionais, comuns aos
estudantes, ficam limitadas a 60% do currículo.
A
implementação para os alunos começou em 2022, no 1º ano da etapa, quando todas
as redes estaduais do país precisaram se adequar. A maior parte das escolas
privadas fez o mesmo.
Autor:BRUNO BOGHOSSIAN E CATIA SEABRA- FOLHAPRESS
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