A diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu retirar a obrigatoriedade da máscara dentro do avião e do aeroporto no Brasil. A medida vale a partir da data da publicação, que deve ocorrer nesta quarta-feira (1°).
Assim nos aviões, o uso nos aeroportos também deixou de ser obrigatório, decidiu a Anvisa.
A obrigatoriedade só deve continuar para o tripulante que esteja com caso suspeito da doença | Reprodução/Twitter
A
Anvisa havia decidido sobre a volta da obrigatoriedade do uso de máscara nesses
ambientes em novembro do ano passado. A obrigatoriedade só deve continuar para
o tripulante que esteja com caso suspeito da doença. Nesse caso, esse item deve
ser fornecimento por parte da tripulação.
No
entanto, medidas como o desembarque por fileira foram mantidas, algo que a
Anvisa considera um legado da pandemia e que também ajuda a evitar tumulto na
saída das aeronaves.
Segundo
o diretor Daniel Pereira, responsável pela Quinta Diretoria, o cenário
epidemiológico tem melhorado, com redução de casos e óbitos neste ano em
relação ao ano passado.
O
diretor ainda citou dados do setor que mostram redução de 91% de casos de
Covid-19 entre tripulantes em janeiro deste ano se comparado com o mês de
novembro do ano passado, quando houve a volta da obrigatoriedade do uso de
máscara.
"Conforme
divulgado pelo painel coronavírus do Ministério da Saúde o número de novos
casos divulgados por semana epidemiológica vem apresentando queda desde a
semana epidemiológica 50, de 11 de dezembro de 2022 a 17 de dezembro de 2022,
passando de 321.349 mil novos casos para 31.158 na semana epidemiológica 8, de
19 a 25 de fevereiro de 2023, o que representa uma redução de 90% do registro
de novos casos", disse o diretor.
Durante
a reunião da diretoria colegiada, os diretores falaram da importância da
vacinação e também do uso de máscara para o grupo de risco em locais fechados.
O
Ministério da Saúde mantém a orientação ao uso de máscara por pessoas com
sintomas gripais, casos suspeitos ou confirmados, além de pessoas do grupo de
risco que possam desenvolver a forma grave da doença.
O
diretor Alex Machado Campos aproveitou para criticar o estudo apresentado pelo
CFM (Conselho Federal de Medicina) à Anvisa. Ele disse que retirar a
obrigatoriedade da máscara não quer dizer que o uso deixa de ser importante.
O
presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, enviou ofício criticando a manutenção
do uso de máscaras pela população em geral como forma de diminuir os casos de
Covid.
No
documento, ele trata o uso da proteção como ideologia e afirma que o descarte
pode provocar problema ambiental. Gallo diz que não há evidências de proteção e
sim de agravos à saúde de tripulantes e passageiros em aeronaves.
"O
uso de máscaras como sinalização de virtude ou como medida de sensação de
pertencimento social jamais podem ser impostas a pessoas que não compartilham
de tais ideologias ou comportamentos, em especial na ausência de evidência
científica ou mesmo eventual prejuízo à saúde do paciente", diz Gallo no
ofício.
Autor:Raquel Lopes/FolhaPress
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