De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), casos de trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão na colheita de uvas na Serra Gaúcha aumentaram em 174% no Brasil desde 2020. Em 2022, o maior número de pessoas já resgatadas em situação análoga à escravidão foi registrado, com um total de 2.575, enquanto em 2020 eram 938.
Casos aumentam 174% no Brasil desde 2020, alerta Ministério do Trabalho e Emprego.
Um caso que ocorreu recentemente foi em Bento Gonçalves | Reprodução/Freepik
Um
exemplo desse tipo de situação ocorreu recentemente em Bento Gonçalves, na
Serra do Rio Grande do Sul, onde mais de 200 homens foram submetidos até mesmo
à violência física. Esses casos têm se multiplicado pelo país desde 2020.
O
Ministério Público do Trabalho (MPT) é uma das entidades responsáveis pela
fiscalização e pelo combate a esse problema. O procurador do MPT, Italvar
Medina, explicou que não é possível indicar uma relação direta de causa e
consequência nessa questão, mas que existem fatores que podem contribuir para o
aumento de casos de escravidão moderna.
Entre
esses fatores, Medina destacou as situações de crise econômica, como a que foi
causada pela pandemia, que gerou aumento do desemprego e insegurança alimentar.
Além disso, a ausência de reforma agrária, o aumento do desmatamento ilegal e
atividades clandestinas como o garimpo também podem contribuir para ampliar os
casos de escravidão contemporânea.
Ludmilla
Paiva, que tem anos de atuação no Ação Integrada, projeto desenvolvido pelo
MPT-RJ com a Cáritas-RJ para combater o trabalho escravo moderno, afirmou que
discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ajudaram a naturalizar condições
indignas de trabalho. É preciso estar alerta a esse conjunto de fatores que
podem levar ao aumento de trabalhadores submetidos a essas situações
deploráveis.
Autor:Com informações de Metrópoles
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